terça-feira, 20 de abril de 2010

Sobre os tucanos e os neoliberais servis.

Mesmo diante de tanto jogo sujo a que o Brasil vem sofrendo e causado pelo bando de Neoliberias (não só os partidos como PSDB e DEM, mas também, parte do empresariado, bancos e a mídia nativa) que se tornaram fortes com as políticas neoliberais na era FHC (nessa época um dos subordinados de FHC em pleno processo de privatização da telebrás chega a dizer que "Estamos no limite de nossa 'irresponsabiliadade'"Clique aqui para ler mais sobre) e administrações tucanas como em São Paulo (assista abaixo o que diz Ciro Gomes)...



Mesmo que a cada ano eles vão se tornando cada vez mais imorais, podres, arrogantes, golpistas...




... Mesmo que eles estejam jogando um jogo sujo, do mais baixo nível que faz qualquer conhecedor de suas ações "imorais" sentir vergonha de tê-los como correligionários e até compatriotas.  Uma vergonha não só por eles terem doado as Principais estatais nacionais a oportunistas estrangeiros e deixado o Estado "de quatro" ao mercado internacional, à deriva, sofrendo com qualquer "crise" que aparecesse, mas, principalmente e descendo ao nível deles, por acreditarem piamente que essa "política-administrativa subordina" ser a correta.



 

 
O modelo neoliberal é uma ação a ser adotada por colonizados e não por colonizadores, a ser adotado por países que se sujeitem a uma posição de subordinados, inferiores, subalternos, vivendo sob as ordens de outrem, ou melhor do BID e FMI, braços político-financeiros dos colonizadores, e não por quem quer ser protagonista e comandante de sua "nau". O que FHC fez com o Brasil, com o tamanho e apetite que temos, foi o mesmo que colocar um tubarão a se sujeitar a viver como mero comensal.

"a foto de Fernando Henrique Cardoso, postado dois degraus abaixo de Bill Clinton, que lhe apoia as mãos enormes sobre os ombros, em sinal de tolerante proteção e imponência inescapável. O americano sorri, condescendente. O brasileiro gargalha. O presidente que atrelou o Brasil ao mando neoliberal e o quebrou três vezes revela um misto de lisonja e encantamento servil. A alegria de ser notado. Admitido no clube dos senhores, por um escasso instante."
Mino Carta
Carta Capital
 
Aliás, este é o principal diferencial entre FHC x LULA. O primeiro, intelectual, douto, Sr Sorbonne, optou por se subordinar, e levar consigo a nação Brasileira, aos ditames do primeiro mundo, já LULA, como dizem alguns tucanos, o tal "sapo barbudo", "eunucu", que "merece levar uma surra"... fez o contrário e mostrou ao mundo que Grande parte dos brasileiros querem, e merecem ser protagonistas das grandes decisões mundiais. É por isso que Lula é respeitado mundo à fora (leia aqui para saber mais) enquanto FHC não é, ou melhor, é respeitado sim, mas pelos neoliberais que lucraram e querem lucrar ainda mais com a possível eleição de Serra. (no final deste post, nos links,  em "Leia Mais do jogo sujo dos neoliberais" você encontra artigos que postei e que comprovam o afirmado acima)




Mas, mesmo diante de tanto jogo sujo que, principalmente, o PSDB vem fazendo, tem-se que ter em mente que estas ações são executadas por um pequeno grupo-elite, mas que tem um grande poder dentro do partido. Conheço muitos tucanos de boa índole que estão constrangidos diante destas ações que desmerecem a história deste partido. Tem um que não conheço mas li vários artigos seus e que merece ser citado aqui, que é Bresser Pereira.


Fazendo justiça aos tucanos decentes, isso mesmo, a grande maioria deles, mas que infelizmente não têm voz e muito menos vêz nas tomadas de decisões estratégicas e políticas dentro do partido, é que posto abaixo um excelente artigo de Bresser Pereira que, para mim, acerta em cheio sobre as reais causas deste momento de "lado negro da força" por que passa o PSDB atualmente. Sob o tema "A moral e a Crise" e sem citar diretamente seus correligionários, ele analisa a criser de 2009 e, sutilmente ou melhor, "subliminarmente", mete o dedo na ferida tucana e grande parte da elite brasileira e acaba, indiretamente, pontuando o ideário causador deste momento de "Darth Vader" a que se apresenta a cúpula do PSDB.

__________________________

A MORAL E A CRISE



A presente crise é também uma crise moral. É consequência da ideologia neoliberal e da theoria econômica orotodoxa ou neoclássica. Ambas ensinam a tese da "mão inivisível" e rejeitam a existência do interesse público e, portanto, da necessidade de virtudes cívicas nos cidadãos. 
O problema não é só financeiro. Deu pane no sistema de valores e princípios construído nos "30 anos de ouro do capitalismo".

A crise que hoje enfrenta o capitalismo é econômica, mas suas causas são também políticas e morais. A causa imediata foi a quebra de bancos americanos devido à inadimplência das famílias em relação a dívidas hipotecárias que, em um mercado financeiro cada vez mais desregulado (dentro do ideário neoliberal), puderam crescer sem limites porque os bancos se valiam de "inovações financeiras" que lhes permitiam empacotar os respectivos títulos de tal maneira que os novos pacotes pareciam, aos novos credores a quem eram repassados, mais seguros do que os títulos originais. Quando a fraude foi descoberta e os bancos quebraram, a confiança das famílias e empresas, que já estava profundamente abalada entrou em colapso. Elas passaram a se proteger adiando todo tipo de consumo e de investimento, a demanda agregada sofreu uma queda vertical e a crise, que era inicialmente apenas bancária, se transformou em crise econômica.

Essa explicação é razoável, mas, dado que no seu centro está a questão da confiança, pergunto: será que a confiança foi perdida por motivos meramente econômicos - pela dinâmica do ciclo econômico, pela natureza intrinsecamente instável do capitalismo - ou na base da crise está uma questão política e moral? 
  • O Estado Indutor da Economia - É verdade que o sistema econômico capitalista é instável, mas desenvolvemos durante todo o século 20 uma série de instituições que, todos esperavam, fossem capazes de reduzir substancialmente a gravidade das crises. E, de fato, no pós-guerra, nos "30 anos gloriosos do capitalismo" (1945-1975) - tempos do novo Estado social e da macroeconomia keynesiana - as crises perderam frequência e intensidade, as taxas de crescimento econômico foram elevadas e a desigualdade econômica diminuiu. 
  •  O Estado Mínino e as empresas privadas como indutoras da economia - Entretanto, nos últimos 30 anos - os anos da hegemonia neoliberal e da criação de riqueza fictícia - as taxas de crescimento baixaram, a renda voltou a se concentrar nas mãos dos 2% mais ricos da população e a instabilidade financeira aumentou em toda parte, culminando com a crise global de 2008 - uma crise infinitamente mais grave do que a modesta desaceleração econômica combinada com inflação que assinalou o fim dos 30 anos gloriosos.
Ora, embora se confunda o neoliberalismo com o liberalismo (uma grande e necessária ideologia) e com o conservadorismo (uma atitude política respeitável), essa ideologia não é nem liberal nem conservadora, mas caracterizada por um individualismo feroz e imoral.

  • O liberalismo foi originalmente a ideologia de uma classe média burguesa contra uma oligarquia de senhores de terras e militares, e contra um Estado autocrático;
  • O neoliberalismo, que se tornou dominante no último quartel do século 20, é uma ideologia dos ricos contra os pobres e os trabalhadores, contra um Estado democrático e social.
 ------------------------
  • Os liberais e os conservadores autênticos são também "republicanos" (como também o são os socialistas e os ambientalistas), ou seja, acreditam no interesse público ou no bem comum e afirmam a necessidade de virtudes cívicas para que o mesmo seja garantido; 
  • Os neoliberais negam a ideia de interesse público, adotam um individualismo que tudo justifica, transformam a tese da mão invisível em uma caricatura e estimulam cada um a defender apenas seus interesses, porque os interesses coletivos serão garantidos pelo mercado e pela lei. Esta, por sua vez, deve tudo liberalizar.
------------------------
  • E qual o novo papel do Estado? Em vez de ser identificado à própria lei, é apenas a organização de burocratas que deveria garanti-la, mas o faz muito mal.
  • Qual sua função? Ser só "regulador", diz o neoliberalismo, mas, invertendo o sentido das palavras, como fazia o big brother de George Orwell, a ideologia dominante (a neoliberal) advogou sempre a desregulação geral.

A confiança, portanto, não foi perdida apenas por motivos econômicos. Além de trazer a desregulação dos mercados, a hegemonia neoliberal trouxe consigo a deterioração dos padrões morais da sociedade.

A virtude e o civismo foram esquecidos, senão ridicularizados, em nome de uma racionalidade econômica de mercado superior, que se pretendia legitimada por modelos econômicos matemáticos.

Os bônus se transformaram no único incentivo legítimo ao trabalho. Os escândalos corporativos se multiplicaram. A prática de corromper servidores públicos e políticos generalizou-se. Estes, por sua vez, se adaptaram aos novos tempos, "confirmando" a tese fundamentalista de mercado do Estado mínimo.

Ao invés de se pensar Estado como o grande instrumento de ação coletiva da sociedade, expressão da racionalidade institucional que cada sociedade alcança no seu respectivo estágio de desenvolvimento, e guardião legal da moralidade, passou-se a vê-lo como uma organização de funcionários e políticos corruptos. A partir desse reducionismo político, desmoralizava-se o Estado e sua lei, reduzia-se o papel dos valores e se estabelecia a permissibilidade favorável aos ganhos fáceis.


Fonte do Post:
Leia mais do jogo sujo dos Neoliberais: