sexta-feira, 9 de abril de 2010

Eleições 2010 - Parte 6 - A posição de Serra sobre financiamento de casas

‘Serra evita criticar Lula, mas é impiedoso com a administração petista. “O plano da habitação é um estelionato (eleitoral) como nunca houve”, é seu parecer, por exemplo, sobre o Minha Casa, Minha Vida. “É um estelionato”. ‘ (VALOR 9/4/2010Serra pregará ativismo estatal ao lançar-se).

“Cláudio Conz, presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção, disse que o setor “está em êxtase”, com projetos como o Minha Casa, Minha Vida e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 1 e 2. “A comparação entre os dois governos não é uma questão política, mas sim numérica. Os resultados dos dois governos não são comparáveis”, disse Conz. O otimismo se explica, em parte, pela previsão de crescimento 10% na venda de material de construção.” (VALOR 8/4/2010 A verdade faz mal aos tucanos: Comparações de Lula ecoam em plateia da construção civil).

Minha Casa – Minha Vida, lide artigo do Valor: “Já foram contratadas 400 mil unidades à baixa renda. Esse volume representa cerca de 40% do total de 1 milhão de moradias previstas para serem construídas este ano.” (VALOR 6/4/2010 Construtoras voltam o foco para a média e a alta renda, mas não há fuga da moradia popular, segundo o governo;  Ver também Prédios “populares” já têm serviços de classe média)

“Os financiamentos residenciais no Brasil atingiram o pico histórico de quase 700 mil unidades em 2009, comparado a cerca de 250 mil em 2004. O maior salto foi nos financiamentos concedidos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE),cujo volume financeiro subiu de R$ 2,2 bilhões em 2004 para R$ 30 bilhões naquele período. Os dados são do Banco Central e da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).” (O Estado SP 4/4/2010 Classe C vai demandar 10 milhões de imóveis ).

José Serra e os demo-tucanos vão acabar com “Minha Casa, Minha Vida”? Eles dirão que não. Proclamarão que afirmar o contrário é “terrorismo”. Serra afirmará amanhã que seu objetivo é fazer mais, continuar o que dá certo e corrigir o que esta errado. Mas a verdade, como disse o tucano Aloysio Nunes hoje, é clara: “Somos lobos, na pele de lobos”. LF

________________________________________________

O Recado dos Empresários da construção Civil a SERRA

No Valor Econômico, via Vi o Mundo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva testou com uma plateia de empresários o discurso eleitoral de comparação de seu governo com o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e foi bem-sucedido. Na noite de terça-feira, Lula recebeu apoio de dezenas de representantes da construção civil, em São Paulo, ao criticar a falta de investimentos no setor, “deteriorado há mais de vinte anos” e discorrer sobre o ineditismo do sistema capitalista brasileiro, que não tinha nem “capital nem financiamentos” em anos anteriores.

Empresários, beneficiados sobretudo por programas como o Minha Casa, Minha Vida, aprovaram também a crítica feita aos anos FHC e a comparação sobre os financiamentos feitos pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que aumentaram entre 2003, primeiro ano do governo Lula, e 2010.

É o caso do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Material de Construção, Melvyn Fox, que disse “concordar totalmente” com o discurso feito pelo presidente na cerimônia de abertura da 18ª Feira da Indústria da Construção e Iluminação, em São Paulo. “O setor da construção civil estava estagnado. Muito pouco foi feito até o fim do primeiro mandato de Lula. Houve uma mudança radical”, comentou.[justamente quando Dilma passa a gerir a Casa Civil]

Cláudio Conz, presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção, disse que o setor “está em êxtase”, com projetos como o Minha Casa, Minha Vida e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 1 e 2. “A comparação entre os dois governos não é uma questão política, mas sim numérica. Os resultados dos dois governos não são comparáveis”, disse Conz. O otimismo se explica, em parte, pela previsão de crescimento 10% na venda de material de construção.

Na abertura da feira, Lula não poupou críticas a FHC e disse aos empresários que não deixem de lembrar como era a situação anos atrás. “De repente as pessoas esquecem do mundo que a gente veio, do mundo em que a gente está e do mundo que a gente quer ir. Este país teve o seu setor da construção civil praticamente deteriorado durante mais de 20 anos”, declarou. Ao fazer o autoelogio, o presidente disse que a Caixa Econômica Federal investe “nove vezes” o que investia em 2003 e que o crédito cresceu de R$ 380 bilhões para R$ 1,4 bilhão. O BNDES, continuou Lula, emprestava R$ 38 bilhões e este ano fechará com R$ 139 bilhões.

A comparação entre Lula e FHC tem sido evitada pelos tucanos e apoiadores da campanha do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) à Presidência. O presidente, no entanto, sinalizou que deve insistir nessa linha em seus discursos. “Cansei de ver o Brasil se portar como se fosse um país de segunda categoria. Tudo a gente achava que não podia fazer e tudo, quando não dava certo, se jogava a culpa em cima do governo. E como o governo também não fazia, não falava nada e ficava todo mundo enganando todo mundo neste país”, declarou.

Em seu discurso, Lula disse que deixará para seu sucessor “uma prateleira de projetos e programas”, para que o próximo presidente não tenha que “começar do zero” como ele. Ao fazer propaganda do PAC 2 para empresários que se beneficiarão diretamente dele, Lula afirmou que lançou o programa para mudar o paradigma do país. “Não era possível um país capitalista viver sem crédito e sem capital. Isso mudou definitivamente”, disse. “Quem vier a tomar posse na Presidência da República em janeiro de 2011 sabe que não existe mais espaço para pequenez política, não existe espaço para pequenos programas. Este país é grande e exige que os seus governantes pensem grande”, declarou.

Representantes da construção civil disseram não temer o próximo governante, quem quer que ele seja, nem a paralisação das obras do PAC e do Minha Casa, Minha Vida. Para Dilson Ferreira, presidente executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas, “as mudanças no setor foram estruturais” e devem ser mantidas pelo sucessor de Lula. “Não foram mudanças circunstanciais”, disse. No entanto, empresários ressaltam que a relação com Serra foi mais complicada, sobretudo por medidas como a substituição tributária, adotada em São Paulo. “Nossa relação com o governo estadual foi muito difícil”, relatou Fox. “O que muda entre Dilma e Serra é a forma de dialogar. No Estado, não tivemos diálogo”, disse Conz.


Fontes do Post:
Leia também: