quarta-feira, 7 de abril de 2010

O Dilema da Liberdade de Expressão e a de Informação

O repórter foi cobrir uma exposição que trata sobre a mídia. Para fazer a reportagem ele queria mudar peças das obras de lugar deturbando e distorcendo o sentido dado pelos autores das obras.

A impressão que tive é que ele não queria "informar" aos seus ouvintes em sua reportagem, mas sim, "expressar" sobre o que ele estava vendo e sentido, relatando as suas impressões sobre as obras. Aliás, esse é um dos equívocos da mídia nacional e internacional.

O que teria de valer para a mídia, hoje, é o DIREITO à "LIBERDADE de INFORMAÇÃO" e não de "expressão".

Informar implica necessariamente em DIZER A VERDADE, já o direito à expressar é uma ação eminentemente subjetiva e não necessariamente implica no dever de dizer a verdade, pois você diz o que pensa, o que está achando sobre algo e isso nem sempre corresponde à verdade dos fatos.

O que a Mídia passa hoje é similar ao que a comunidade acadêmica passou séculos atrás e que se resolveu com a adoção da metodologia científica obrigando os estudiosos a desenvolverem suas pesquisas respeitando os regramentos e as normatizações do mundo científico.

O direito de expressar, era válido nos primórdios da mídia em que o seu alcance era curto e, se o noticiante errasse, seja por inocência ou por má fé, teria como corrigir se retratando. No atual mundo globalizado, com a Internet e as novas mídias que têm alcance mundial, não dá mais para tratar de liberdade de expressão, pois a retratação do "erro" não alcançará as mesmas pessoas que viram a notícia original.

Hoje, é imprescindível limitar a Liberdade de expressão e adotar a LIBERDADE DE INFORMAÇÃO para a mídia com a exigência das garantias constitucionais para que o repórter exerça com plenitude e segurança o DIREITO de INFORMAR e, se ele quiser expressar o que acha sobre aquela informação, que o faça, deixando claro que é pensamento seu e não o fato em si.

"Tiro o chapéu" para a garota do vídeo que em momento algum deixou o repórter distorcer e deturbar o sentido das obras na exposição. Afinal, se o repórter quiser "expressar" o que sente sobre as obras, que o faça fora de seu expediente. Como estava ali como jornalista, tinha sim que atuar profissionalmente INFORMANDO e não expressando sobre.

Veja o vídeo abaixo e tire suas conclusões: