terça-feira, 27 de abril de 2010

Os bastidores da pesquisa Datafolha - Entendendo o caso DataFolha

Para entender o caso Datafolha

Os bastidores do caso Datafolha começam a aflorar.

Alguns dias antes do lançamento da candidatura José Serra, correu a informação de que o Instituto Sensus divulgaria sua pesquisa no mesmo dia. Poderia ser o anticlímax para Serra.

Dias antes, o Sensus passou a levar tiros da Folha, tentando desqualificar a pesquisa antes de saber o resultado. Um repórter foi incumbido de ouvir os donos do Instituto. Percebendo o jogo, ele informou que, devido às chuvas no Rio, os resultados sairiam após o dia do lançamento da candidatura Serra.

Em vão. Os tiros prosseguiram e a velha mídia começou a deixar pistas pelo caminho. O Datafolha preparou uma pesquisa de emergência, não programada. O Jornal Nacional anunciou que, dali para frente, só divulgaria resultados do IBOPE e do Datafolha.

Saiu o resultado do Datafolha, chamando a atenção geral, a ponto de ser colocado em dúvida pelos próprios jornalistas da Folha. Em vez de jogar com margens de erro em todos os estados, para beneficiar a candidatura Serra, o Datafolha jogou toda a variação no sul. E aí escancarou os erros cometidos, abrindo margem para fortes suspeitas de manipulação da pesquisa.

Foi o mais desgastante episódio na vida do instituto – que conquistou credibilidade nos anos 80 ao fazer o contraponto ao IBOPE.
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15/04/2010 – 08:23

Datafolha e os dados eleitorais do sul

Observe na análise do Gunther o seguinte desempenho dos candidatos no sul, comparando com as últimas pesquisas Datafolha e Sensus:

  • A pesquisa polêmica do Datafolha (de 26 de março) foi crucial para o lançamento da candidatura José Serra. Segurou aliados que poderiam se debandar, criou um novo alento para a campanha – que só se esboroou com as últimas pesquisas Vox Populi e Sensus.
  • Pouco antes, o Jornal Nacional anunciara que passaria a divulgar apenas pesquisas do Datafolha e do IBOPE. E, dias antes da divulgação das pesquisas Vox e Sensus, a Folha iniciou campanha de descrédito delas – mesmo antes de conhecer o resultado.
  • No Datafolha de 26 de março, Serra subiu 12 (!) pontos no sul em relação à pesquisa do IBOPE de 9 de março e 10 (!) pontos em relação ao Datafolha de um mês antes, sem nenhum fato novo relevante que pudesse explicar a mudança.
  • Tirando esse calombo, no histórico das diversas pesquisas percebe-se Serra caindo sistematicamente no sul desde novembro, quando estacionou em 39%, mantendo-se assim em fevereiro. Depois entra em queda de um ponto no Datafolha e de dois no IBOPE (dentro da margem de erro?), mas consolidando-se a tendência de queda no Vox Populi e no Datasensus.
  • No caso de Dilma, observa-se a tendência  crescente, saindo de 14 pontos no IBOPE de 14 de setembro para 34 pontos no IBOPE de 9 de março. Aí vem o Datafolha e derruba para 20%. Nas duas pesquisas seguintes – Vox Populi e Sensus – volta-se à tendência original de 33% e, depois, o salto para 40% do Sensus.
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Como o Datafolha manipulou as amostras para aumentar o número de Cidades pesquisadas no Estado de São Paulo tudo em prol de favorecer Serra

18 de abril de 2010

Quando Dilma reduziu para 4% sua diferença para Serra na pesquisa de fevereiro de 2010, o Datafolha, misteriosamente, mudou seu plano de amostragem, aumentando as cidades paulistas que compõem a amostragem de 25 para 55 (mais que dobrou).

Nas demais estados, onde José Serra não é popular, como no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, o número de cidades pesquisadas continuou praticamente o mesmo, com variações mínimas.

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Questionado pelo Terra Magazine, sobre a fraude na pesquisa de Março demonstrada por este nosso blog (o plano amostral registrado no TSE declarou seguir dados do IBGE, no entanto a amostragem não seguiu o plano), o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, negou e tentou uma explicação parcial:

"Sempre que nós colhemos as amostras para ter um resultado também por Estado, há aumento no número de entrevistas", diz. "Mas isso não significa que o resultado final não seja ponderado para que represente cada Estado".

Segundo o Terra Magazine: "Em outras palavras, afirma Paulino, o número de cidades paulistas na pesquisa aumentou devido à pesquisa sobre preferência eleitoral para o governo de São Paulo, feita paralela e simultaneamente ao levantamento presidencial."

A emenda ficou pior do que o soneto.

A explicação acima é referente à pesquisa de protocolo 6617/201 registrada no TSE.

Lá está escrito com todas as letras:

Área de abrangência: Nacional
Cargos: Presidente,





Não foi registrado no TSE nada sobre pesquisa para governador de São Paulo neste protocolo. Só diz que o cargo pesquisado é para presidente, o que comprova que, a ser verdade o que diz o diretor, informações foram sonegadas ao TSE.

No questionário protocolado no TSE sob número 6617/20, as palavras "São Paulo" sequer aparecem. Muito menos há qualquer pergunta a respeito da intenção de voto para o governo paulista.

A íntegra do questinário do Datafolha em PDF pode ser verificado nesta cópia aqui ou acessando o sítio do TSE, informando o protocolo 6617/20,clicando sobre este protocolo e procurando na tela o texto: "Clique Aqui para baixar o Questionário".
Fontes do Post:




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