sexta-feira, 30 de abril de 2010

Luís Inácio Lula da Silva, por Michael Moore para a revista “Time”

Publicado em 29/04/2010 por Ana Helena Tavares
Foto do presidente: Marco Grob / Time

Luís Inácio Lula da Silva


Por Michael Moore, cineasta*, em 29 de Abril de 2010 para a revista “Time” (texto traduzido** diretamente do original em inglês)

Quando os brasileiros elegeram pela primeira vez Luiz Inácio Lula da Silva presidente em 2002, os magnatas, ladrões do país, checaram nervosamente os medidores de combustível de seus aviões particulares. Eles haviam tornado o Brasil um dos lugares mais desiguais da Terra e agora parece ser hora de devolverem tudo.

Lula, 64 anos, foi um filho genuíno da classe trabalhadora da América Latina – na verdade. Um membro fundador do Partido dos Trabalhadores, que uma vez foi preso por liderar uma greve.

Com o tempo, Lula ganhou a presidência. Depois de três tentativas frustradas, ele já havia se tornado uma personalidade familiar na vida nacional brasileira. Mas o que o levou à política, em primeiro lugar? Seria o seu próprio conhecimento do muito que os brasileiros têm de trabalhar só para sobreviver? Seria o fato de ter sido forçado a abandonar a escola no 5º ano para sustentar sua família? Seria por ter trabalhado como engraxate? Seria por ter perdido parte de um dedo num acidente na fábrica?

Foto: Marco Grob / Time Não, foi quando, com 25 anos, ele viu sua mulher, Maria, morrer durante o 8º mês de gestação, junto com o filho que trazia no ventre, porque não podia pagar por um tratamento médico decente.

Há aqui uma lição para os bilionários do mundo: deixem as pessoas terem boa saúde, que elas causarão menos problemas para vocês.

E aqui está uma lição para o resto de nós: a maior ironia da presidência de Lula – ele foi eleito pela 2ª vez em 2006 e ficará até o final deste ano – é que mesmo que ele tente colocar o Brasil no 1º mundo, com programas sociais do governo como o “Fome Zero”, destinado a acabar com a fome, e com planos para melhorar a educação, disponibilizando-a para os membros da classe trabalhadora do Brasil, os Estados Unidos, a cada dia, se parecem mais com o antigo 3º mundo.

O que Lula quer para o Brasil é o que costumávamos chamar de “Sonho Americano”. Em contraste, nós nos Estados Unidos, onde 1% da população agora possui mais valores financeiros do que 95% do restante, estamos vivendo numa sociedade que está rapidamente se tornando mais parecida com o Brasil.

(*) O último filme  de Michael Moore chama-se “Capitalismo: Uma história de amor”.

(**)Como não veio de nenhum programa de tradução automática, este texto traz a interpretação de quem o traduziu, Maria do Céu Ribeiro, professora de inglês há 35 anos. Sem falar que é minha mãe e já há muito eleita tradutora oficial deste blog.



Fonte do Post:




.