quarta-feira, 31 de março de 2010

Como funcionam os sistemas de saúde Mundo à fora

Como funcionam os sistemas de saúde
Apesar dos progressos médicos e das reformas sucessivas, as desigualdades diante da doença permanecem escancaradas, quer entre os países, quer no interior de cada nação. Enquanto certos governos andaram (re)descobrindo as virtudes do setor público, o setor privado não pára de estender seus tentáculos
por Martine Bulard


Da América à Ásia, da África à Europa, nenhum país escapa da reforma dos sistemas de saúde. A princípio, é um fato a ser comemorado. Afinal, considerando-se as necessidades ainda por serem atendidas e a gravidade das pandemias que seguem se alastrando, a manutenção das estruturas vigentes seria impossível.

Enquanto os Estados Unidos, um país campeão do privado(totalmente neoliberal), ou a China, que andou experimentando a abordagem americana com o vigor dos novos convertidos, tentam limitar a lógica mercantil para implantar uma cobertura universal, os países ricos definem como objetivo principal a redução do papel do Estado. Ou seja, no momento em que o modelo estadunidense (neoliberal) prova sua ineficiência, o mercado continua sendo a bússola – mesmo se alguns preconizam o retorno do Estado.

Classificados no segundo lugar mundial pelas suas despesas com saúde – 15,3% do produto interno bruto em 2007 – os Estados Unidos recuam para o trigésimo lugar quando o quesito é expectativa de vida “com boa saúde1. Diante de tais resultados, dá para entender por que o presidente Barack Obama resolveu enfrentar o problema com determinação, com o objetivo de ampliar a proteção para o maior número possível de pessoas. Ainda assim, é impossível prever se ele conseguirá cumprir suas promessas e obter a maioria necessária na votação do seu projeto de reforma2.


Um Breve Histórico

A idéia de proteção social apareceu pela primeira vez no século XIX, com a generalização da revolução industrial e o surgimento das grandes concentrações operárias. Ao criarem as sociedades de socorro mutualista, e então, ampliando-as com sistemas de seguridade social – o primeiro foi fundado pelo chanceler alemão Otto von Bismarck em 1883 –, os dirigentes políticos pretendiam garantir a manutenção de uma mão-de-obra com boa saúde, capaz de resistir às condições de trabalho estafantes. Eles foram tanto mais obrigados a agir assim que as lutas sociais objetivando a melhora das condições de vida iam se desenvolvendo no mesmo momento.

Com isso, depois da Segunda Guerra Mundial apareceram diversos sistemas destinados a garantir a coesão social. De certa forma, eram dispositivos destinados a evitar as lutas de classes. Na França, a Assembléia Consultiva Provisória anunciou, em 5 de julho de 1945, que a seguridade social responderia “à preocupação de livrar os trabalhadores das incertezas do futuro imediato, as quais favorecem neles um sentimento de inferioridade, que está na base da distinção das classes entre os ricos, seguros de si mesmos e do seu futuro, e os trabalhadores sobre os quais pesa constantemente a ameaça da miséria 3". Em seguida, o “direito à saúde para todos” foi reconhecido em escala planetária, o que conduziu à criação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1948. Hoje, 62 anos mais tarde, apesar dos compromissos renovados assumidos pelos 194 países da Organização das Nações Unidas (ONU) em Alma-Ata, em 1978, ainda falta muito para este objetivo se tornar realidade.




Sem fatalidade nem mistério

A primeira constatação que se impõe é a de que existem desigualdades incomensuráveis, sobretudo entre nações. Enquanto a medicina realizou progressos excepcionais, 31 países (entre os quais África do Sul, Botsuana, Gabão, e ainda Rússia e Ucrânia) registraram uma redução da sua esperança de vida “com boa saúde” entre 1990 e 2006. A África permanece na rabeira do pelotão: 29 anos de esperança de vida na Serra Leoa; 33 anos em Angola; e 37 anos na República Democrática do Congo (RDC). No outro extremo do ranking, o Japão segue disparado na frente: 75 anos.

Claro, as áreas onde se morre muito cedo também são palcos de enfrentamentos internos ou de guerras com inúmeras vítimas. Mas essas populações sofrem, acima de tudo, com doenças infecciosas – malária, tuberculose, diarréia, HIV – que prosperam com a miséria e a carência de infra-estrutura sanitária4. Não há fatalismo nem mistério. Esse tipo de flagelo, que se concentra nos países do Sul (na África e em certas áreas da Ásia como Timor Leste, Laos, Bangladesh e Mianmar), pode ser debelado com o desenvolvimento econômico, um fenômeno que os especialistas chamam de “transição epidemiológica”.

Enquanto isso, nos Estados ricos ou emergentes predominam as moléstias crônicas – cardiovasculares, respiratórias, diabetes, câncer etc. Obviamente, estas últimas também atingem os países em desenvolvimento, onde elas se alastram com o surgimento de classes médias (Gana, Gabão, África do Sul, Paquistão...). Da mesma forma, infecções que haviam desaparecido nos países desenvolvidos – tais como a tuberculose – voltaram à tona. Nem por isso deixa de ser pertinente o diagnóstico segundo o qual a riqueza do país e o nível das despesas sanitárias são determinantes para o prolongamento da vida.

Os 30 países da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômicos (OCDE) que apresentam a maior taxa de longevidade concentram 90% das despesas mundiais com saúde, ao passo que contam com 20% apenas da população. A África subsaariana, com 12% da população mundial, reúne menos de 1% dos gastos5.Portanto, não existe milagre algum. Os recursos dedicados à saúde alcançam 3,5% do produto interno bruto (PIB) em Serra Leoa e 2,1% no Congo, enquanto superam 8% no Japão e 11% na França. Se o exemplo estadunidense comprova que os recursos nem sempre são bem utilizados, eles devem, entretanto, alcançar um nível suficiente para que se possa escapar desta “fatalidade da morte”, resultante da distribuição das riquezas. Como diz a economista Amartya Sen: “todos deveriam ser capazes de admitir que as injustiças, tais como a carência de cuidados médicos ou a falta de medicamentos, poderiam ser eliminadas, sem esperarem para tanto que se chegue a um acordo em relação à visão da sociedade que deveria ser promovida. Da mesma maneira que Condorcet, que em seu tempo definiu o princípio do fim da escravidão, é preciso colocar essa questão da injustiça6".

Enquanto o dinheiro é fundamental nessa guerra contra as doenças, é preciso também contar com um exército treinado (profissionais da saúde) e com armas eficientes (medicamentos, equipamentos, educação). O acesso aos tratamentos depende também da organização sanitária e do modo de financiamento.

Existem três grandes sistemas distintos:
  • um primeiro oriundo da colonização;
  • outro formado pelos ex-países comunistas;
  • e um terceiro em vigor nos Estados desenvolvidos, geralmente adotado com algumas variantes pelos emergentes.

Como herança da época colonial, os 79 países da África, do Caribe e do Pacífico (ACP) desenvolveram uma arquitetura piramidal. Neles predomina o nível primário, com dispensários locais e às vezes equipes móveis, o nível secundário com hospitais gerais, e, por fim, um nível terciário, constituído por unidades especializadas (clínicas) e por centros hospitalares universitários. Até meados dos anos 1980, os fundos do Estado e os das organizações internacionais permitiram garantir um equilíbrio precário.

Mas, conforme comenta a OMS em seu relatório de 2008, “as políticas de ajuste estrutural [negociadas pelo Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial] abalaram gravemente o sistema de saúde pública; as discrepâncias entre a oferta privada e pública de tratamentos médicos ampliaram-se”. A entidade acrescenta: “a mercantilização desenfreada dos sistemas de saúde (provocado pelo modelo neoliberal, imposto pelo FMI e Banco mundial)  torna muito ineficientes e muito caros; ela acentua as desigualdades e conduz a tratamentos de qualidade medíocre, e não raro até mesmo perigosos”. A OMS cita ainda o exemplo da RDC, onde “é designada com a expressão ‘cirurgia safári’ uma prática comum de certos agentes de saúde que consiste em efetuar de maneira informal apendicectomias e outras intervenções cirúrgicas no domicílio do doente, geralmente por um preço exorbitante”. Esses fatos mostram que a penúria sempre vem acompanhada da corrupção.

Quanto às ajudas internacionais, de fatos indispensáveis, elas são tão dependentes de comandatários múltiplos que costuma ser difícil instaurar qualquer coerência em sua implementação. As reformas, quando elas existem, dizem respeito à construção de estruturas primárias e hospitalares.

Vale contar aqui uma anedota impressionante. Como se sabe, desde o começo do ano de 2010, vários países europeus vêm tentando se livrar dos seus estoques excedentes de vacinas contra a gripe H1N1. Segundo a OMS, “95 países pobres necessitariam deles”.

Contudo, por falta de equipamentos adequados para preservar os produtos e de recursos humanos para administrá-los corretamente, “apenas dois7
" obtiveram o medicamento no início de janeiro. Por mais que a validade das previsões da OMS relativas à pandemia de gripe A sejam questionáveis – mais dependentes da pressão dos laboratórios que da realidade médica –, a constatação não deixa ser expressiva.

Construir uma rede de atendimento médico revela-se necessário. Mas não é suficiente. “Instalações e serviços podem estar disponíveis e acessíveis, e ainda assim permanecerem insensíveis à cultura”, escrevem pesquisadores ao fazerem um balanço de 60 anos de direito à saúde na revista especializada The Lancet8. Eles citam o exemplo peruano, onde os programas destinados a debelar a mortalidade materna fracassaram até o momento em que eles levaram em conta o costume das mulheres de dar à luz agachadas, e forneceram os equipamentos adequados. Uma mera questão de bom senso. É significativo o fato de na África, ou mesmo na Índia, os sistemas coloniais terem importado os métodos ocidentais, ignorando as práticas e as habilidades locais – quando estas não foram combatidas. A China de Mao Tsé-Tung fez o contrário: baseando-se na medicina tradicional associada às terapias ocidentais, conseguiu debelar certas doenças infecciosas.

Na Rússia, vive-se menos que em 1990

Outro sistema importante é o dos antigos países comunistas do bloco soviético. Este era constituído, sobretudo, por grandes hospitais, os sanatórios. O atendimento médico de bairro praticamente não existia. Já pouco eficiente no final do antigo regime, este modelo explodiu com a queda das subvenções públicas, em consequência da conversão desses países aos dogmas liberais e do desmoronamento econômico. As dificuldades de vida e a perda das referências coletivas conduziram a comportamentos de risco (violência, alcoolismo acirrado), no momento em que os fundos alocados para a saúde regrediam. Resultado: a esperança de vida “com boa saúde”, que era na Rússia de 69 anos em 1990, caiu para 66 anos em 2006; de 70 para 67 anos na Ucrânia; e de 65 para 64 anos no Cazaquistão.

Resta o caso dos países ricos, onde o acesso de massa aos tratamentos passa pelos médicos de bairro, os especialistas, os hospitais generalistas, assim como pelos estabelecimentos mais avançados e sofisticados. No cerne desse conjunto, podemos distinguir os sistemas nos quais a gratuidade é garantida e a oferta de tratamentos financiada pelo Estado (Suécia, Reino Unido); os sistemas de seguro-doença (Alemanha, França, Japão...) nos quais a oferta pode ser pública ou privada e os custos dos tratamentos são mutualizados; por fim, os sistemas majoritariamente privados (Estados Unidos ou países da Europa Central).

Embora todos partam da necessidade de proteger as populações das vicissitudes da vida, a opção inicial (pública ou privada) apresenta consequências muito distintas. Na Europa, nos dias que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, prevaleceu a idéia de que “cada cidadão deve financiar o sistema em função da sua renda – e não em função do estado da sua saúde – e deve ser tratado em função do seu estado de saúde – e não da sua renda”, lembra o pesquisador Bruno Palier9. Os princípios eram generosos. Mas eles iriam sofrer alterações drásticas.

Nesse conjunto de países, por mais estranho que possa parecer, o montante das despesas com saúde não tem praticamente nenhuma relação com o estado sanitário global e a Esperança de vida. De fato, não basta gastar mais para viver mais. Assim, o Japão, cuja esperança de vida “com boa saúde” é de 75 anos, dedica apenas 8,1% do seu PIB à saúde – ou seja, menos do que a França (11,4% e 72 anos de esperança de vida), a Suécia (9,1% e 73 anos) e o Reino Unido (8,4% e 71 anos). Este paradoxo aparente pode ser explicado pelo fato que os modos de vida, as condições de trabalho e alimentação também influem na longevidade.

Em contrapartida, as relações entre o paciente e os médicos, o controle (ou não) do preço dos medicamentos, e ainda o peso da prevenção têm um impacto direto sobre as despesas. É nos Estados Unidos que a conta farmacêutica é a mais pesada (duas vezes superior à média dos países da OCDE), na frente do Canadá, da Grécia e da França.

Na Suécia, na Noruega ou no Reino Unido, a gratuidade é garantida para os tratamentos de base. Os equipamentos são públicos; a remuneração do médico fica a cargo do Estado ou das municipalidades. Obviamente, quando as finanças públicas enfrentam dificuldades, os serviços se transformam em listas de espera. Esta situação foi um dos resultados do “reinado” de Margaret Thatcher. Em 2001, 22% dos pacientes britânicos tiveram de esperar por mais de três meses (treze semanas, exatamente) até conseguirem marcar uma simples consulta no hospital; 27% dentre eles tiveram de aguardar seis meses para serem operados10.

A OCDE descobre a lua

Apesar de muitas hesitações, o governo trabalhista britânico incrementou os meios destinados ao sistema sanitário: aumento do número de médicos e de enfermeiras, dos salários e retomou os investimentos na área. Os resultados são patentes, mesmo se eles permanecem aquém daqueles da Suécia e da Noruega, onde os tratamentos de qualidade são garantidos e acessíveis a todos. Diferentemente das idéias marteladas pelos fanáticos da suposta “supremacia do mercado” (os neoliberais), não é o sistema público que conduz ao desastre, portanto, mas sim o descompromisso do Estado (esse descompromisso do Estado, como se sabe, é causado justamente pela imposição neoliberal). Vale também notar que a conta global das despesas de saúde não raro se revela menos pesada quando as proteções são coletivas (promovidas pelo Estado) e que a parte privada (paga pelas famílias e/ou as seguradoras) é a mais reduzida, como no Japão (17,7% das despesas) ou na Suécia (16,1%), contra cerca de 50% nos Estados Unidos.

Para se convencer disso, basta analisar detalhadamente o mais liberal dos sistemas, o estadunidense, famoso pelas suas falhas em série – a tal ponto que alguns o descrevem como um “não-sistema”. Para a população ativa, o seu financiamento se baseia na empresa, que custeia um contrato de seguro de saúde junto a organismos privados. Com isso, dois terços dos assalariados estão cobertos. Os trabalhadores que atuam por conta própria ou em tempo parcial e prestando serviços em pequenas empresas devem contratar apólices individuais, que são muito mais caras. Isso faz com que, na maioria dos casos, eles acabem sendo excluídos do sistema de proteção sanitária. A sanção é imediata: fora da empresa não existem direitos. A questão torna-se mais crucial com o aumento da taxa de desemprego oficial, que hoje oscila em torno de 10%. Os aposentados de mais de 65 anos têm direito à Medicare, que garante um atendimento mínimo, enquanto os mais pobres podem recorrer à Medicaid. Em contrapartida, para os que não se enquadram nessas categorias, simplesmente não existe alternativa alguma. No país, que é citado como um modelo de sucesso, um sexto da população não dispõe de proteção alguma. É este buraco que Barack Obama quer tapar.

De fato, mesmo no âmbito dos países que dispõem dos sistemas sanitários mais desenvolvidos, as desigualdades permanecem escancaradas. O economista Richard Wilkinson sublinha que nos Estados Unidos “as mulheres brancas dos bairros mais ricos têm uma esperança de vida de 86 anos, contra 70 anos para as mulheres negras dos bairros mais pobres11”. Uma diferença de 16 anos não é coisa pouca.

Por sua vez, a OMS avalia até mesmo que “886.202 óbitos poderiam ter sido evitados entre 1991 e 2000, se as taxas de mortalidade entre os americanos brancos e os afro-americanos tivessem sido equiparadas12”. “Vale comparar”, prossegue a organização, “com as 176.633 vidas que foram salvas graças aos progressos médicos”. O mesmo estudo menciona outro exemplo: nos bairros pobres de Glasgow, na Escócia, a esperança de vida no nascimento é de 54 anos, ou seja, inferior àquela da Índia!

Esta situação não ocorre apenas por razões sanitárias ou financeiras. Conforme aponta ainda a OMS, as populações de baixa renda acumulam dificuldades: “educação medíocre, carência de equipamentos sociais, desemprego, más condições de trabalho e moradia em bairros perigosos”. Esses fatores socio-psicológicos, aos quais Wilkinson acrescenta a auto-estima e o medo do futuro, se manifestam intensa e constantemente. Nos países ricos, estar pobre é prejudicial à saúde.

Espantados com os resultados do seu próprio estudo, os especialistas da OMS, que geralmente costumam dar preferência à linguagem diplomática, afirmam sem rodeios: “essa disparidade em caso algum é um fenômeno ‘natural’; ela é o resultado de políticas que privilegiam os interesses de alguns em detrimento dos interesses dos outros, (o ideário neoliberal) quase sempre os interesses de uma minoria poderosa e rica em detrimento dos interesses de uma maioria de pessoas de baixa renda”.

Até mesmo a muito liberal OCDE, que sempre incentivou uma desregulamentação generalizada, foi obrigada a reconhecer que a privatização agrava as dificuldades: “apenas um pequeno número de obstinados segue defendendo a idéia que a concorrência oferece a solução apropriada. Hoje, as virtudes do mercado se tornaram muito menos evidentes13. Os especialistas desta organização acrescentam até mesmo que “a sociedade pode estar diante da necessidade de implementar medidas tais como a da regulamentação do mercado para corrigir suas falhas e, nos casos extremos, trocar de vez o mercado por outra forma de alocação dos recursos”. Será que a OCDE descobriu a Lua?

Mais vale manter os pés no chão. Nos Estados Unidos, os lobbies das seguradoras dispõem de apoios políticos suficientes entre os democratas para alimentarem boas esperanças de salvar seus privilégios.

Martine Bulard é redatora-chefe adjunta de Le Monde Diplomatique (França).

Íntegra da matéria parcialmente publicada na ed. 31 de Le Monde Diplomatique Brasil

Referências Bibliográficas:

1           69 anos. “Relatório sobre a saúde, 2009”, Organização Mundial da Saúde, Genebra. Os números citados ao longo deste artigo se referem à esperança de vida “com boa saúde” (sem enfermidade grave), que é mais curta do que a esperança de vida global.

2 Ler “Obama ou l’impasse des petits pas”, La valise diplomatique, 20 de janeiro de 2010.

3           Alain Barjot , “La Sécurité sociale, son histoire à travers les textes”, vol. III, 1945-1981, Association pour l’étude de l’histoire de la Sécurité sociale, ministère du travail et des affaires sociales, Paris, 1997.

4          Ler Maggie Black, “Le tabou des excréments, péril sanitaire et écologique”, Le Monde diplomatique, janvier 2010.

5           Dados de 2006 do Banco Mundial.

6            Entrevista na Rádio France Inter, 13 de janeiro de 2010. Ler “L’Idée de justice”, Flammarion, Paris, 2010.

7           Donald G. McNeil Jr, “Poor nations still getting little flu vaccine”, International Herald Tribune, Paris, 19 de janeiro de 2010.

8           “Health systems and the right to health: An assessment of 194 countries” (“Os sistemas de saúde e o direito à saúde: uma avaliação em 194 países”), The Lancet, Londres, 13 de dezembro de 2008.

9           Bruno Palier, “La Réforme des systèmes de santé”, editora Presses universitaires de France, coleção “Que sais-je?”, Paris, nova edição, 2009.

10         O exemplo é citado por Bruno Palier, op. cit.

11         OMS, “Reduzir as discrepâncias no espaço de uma geração. Instaurar a equidade em saúde, agindo sobre os determinantes sociais da saúde”, relatório de 2008.

12         OMS, “Acabar com as discrepâncias no espaço de uma geração. Instaurar a equidade no campo da saúde, agindo sobre os determinantes sociais da saúde”, relatório de 2008.

13         OCDE, “Achieving better value for money in health care”, Paris, 2009.


 
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A Internet - Guerra de Navegadores

A guerra dos browsers, navegadores de Internet, Internet Explorer e Netscape é conhecida por muitos, mas poucos sabem como ela de fato ocorreu.

Em um documentário do Discovery Channel, disponibilizado para ser assistido gratuitamente na Internet à partir do dia 03 de Setembro de 2008, o jogo sujo empreendido  nesta guerra é contado com detalhes.

Nele os próprios funcionários da Microsoft e da Netscape contam as suas versões dos fatos. Este vídeo mostra como a Microsoft age em suas "relações comerciais".

Não deixe de ver as gravações dos depoimentos do "Sr Gates" à justiça. O narrador o define com exatidão enquanto as imagens são mostradas. Vale a pena peder um tempinho e assistir o vídeo.

Assista parte do vídeo que está abaixo e entenda como foi.


terça-feira, 30 de março de 2010

O CERN consegue a colisão similar ao Big Bang no LHC

Cientistas anunciam colisão de partículas similar ao Big Bang

Cientistas responsáveis pelo maior colisor de partículas do mundo, o Colisor de Hádrons (o LHC) informaram nesta terça-feira que conseguiram desencadear choques de prótons geradores de uma energia recorde, com o objetivo de recriar condições similares às do Big Bang, a grande explosão que deu origem ao universo. 
“Isto é física em ação, o início de uma nova era, com colisões de 7 TeV (tera eletron volts)”, disse Paola Catapano, cientista e porta-voz do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), de Genebra, ao anunciar o experimento.

Os aplausos foram intensos nas salas de controle quando os detectores do Grande Colisor de Hadrons (LHC) marcaram o choque de partículas subatômicas a uma velocidade próxima à da luz. 

O maior experimento científico do mundo consiste em colidir partículas no nível mais alto de energia já tentado, recriando as condições presentes no momento do Big Bang, que teria marcado o nascimento do universo, 13,7 bilhões de anos atrás.

O Grande Colisor de Hádrons (LHC), situado em um túnel subterrâneo circular de 27 quilômetros de extensão sob a fronteiro franco-suíça, começou a circular partículas em novembro passado, depois de ser fechado em setembro de 2008 por causa de superaquecimento.


Uma vez estabelecidas as colisões em alta velocidade, o plano é continuar operando continuamente por 18 a 24 meses, com uma curta pausa técnica no final de 2010, disse o CERN.

De acordo com representantes do conselho, é possível que seja detectada matéria escura, que os cientistas acreditam que compõe 25% do universo mas cuja existência nunca foi comprovada.

Astrônomos e físicos dizem que apenas 5% do universo é conhecido hoje e que o restante invisível consiste de matéria escura e energia escura, que compõem respectivamente 25% e 70% do universo.

“Se conseguirmos detectar e entender a matéria escura, nosso conhecimento vai se ampliar para abranger 30% do universo, o que seria um avanço enorme”, disse Heuer em coletiva de imprensa no início do mês.

Com agências internacionais

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A criação de um sistema nacional articulado de educação - O SUS da Educação

Do Valor

“SUS” da Educação muda papel do MEC

Luciano Máximo, de Brasília
Do Valor, 30/03/2010

A criação de um sistema nacional articulado de educação baseado no regime de colaboração entre União, Estados e municípios do Sistema Único de Saúde (SUS) vai depender de aprovação de lei complementar e mudanças na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) para se tornar realidade no país. O esboço dos primeiros artigos da futura legislação foi apresentado ontem durante o segundo dia de atividades da 1ª Conferência Nacional de Educação (Conae) e está sendo discutido pelos cerca de 3 mil delegados presentes ao encontro, que acontece em Brasília até quinta-feira.

Considerado um conjunto de “propostas embrionárias” que será acrescido de contribuições dos participantes do evento, o texto indica os primeiros passos do “SUS” da educação, com destaque para a redução das burocracias e o aumento do poder de decisão das escolas e ações de cooperação técnica e financeira entre União, Estados e municípios baseadas em planos articulados. Um exemplo bastante citado pelos conferencistas é a dificuldade no entrosamento entre os governos na oferta de transporte escolar país afora. “Pela Constituição, todos os entes federados são responsáveis por levar e trazer os alunos, mas o estudante do município não pode pegar o ônibus da rede estadual. Hoje o transporte escolar público atende a 7 milhões de crianças e jovens em todo o Brasil, ele é fundamental para combater a evasão, mas funciona num formato de concorrência. Um sistema articulado organizaria esse modelo”, ilustra Francisco das Chagas Fernandes, secretário-executivo adjunto do Ministério da Educação (MEC) e coordenador da Conae.

José Maria Arlindo, professor da rede estadual do Maranhão, acredita que um sistema educacional mais harmonioso pode trazer benefícios para a carreira do docente, um dos temas mais debatidos e polêmicos da Conae. “O professor do Sul é muito mais valorizado que o do Nordeste e isso reflete na qualidade. O aluno do Sul, do Sudeste, acaba sendo bem mais preparado que o estudante nordestino”, opina. Para ele, “a bagunça” nas regras federativas é uma das razões para o não cumprimento integral da Lei do Piso, que estabelece salário mínimo de R$ 1.024,67 para professores com carga horária de 40 horas semanais.

Segundo Chagas, o sistema articulado também prevê que Estados e municípios formulem suas políticas públicas orientados pelo Plano Nacional da Educação (PNE), documento que será aprovado na conferência com as metas educacionais para o Brasil perseguir no período 2011-2020. “O atual PNE, que acaba este ano, teve baixo índice de cumprimento dos objetivos traçados porque planos estaduais e municipais não foram feitos”, acrescenta.

Chagas sustenta ainda que a construção do SUS da educação vai ajudar a elevar os recursos federais para o setor, uma vez que o MEC terá papel de órgão executivo e coordenador do sistema proposto. “A União terá muito mais peso na regulação da educação, vai fortalecer seu papel de indutora, com o MEC mantendo a política de elevação de recursos para a educação, como vem fazendo desde 2003.”

Apesar de ter os seus primeiros contornos legislativos revelados ontem, o SUS da educação pode demorar a se concretizar pelo fato de precisar ser regulamentado por meio de lei complementar (LC), que depende de aprovação de maioria qualificada pelos plenários do Senado e da Câmara dos Deputados antes de ser enviado à sanção presidencial. “Somente uma lei complementar pode definir competências e responsabilidades explícitas de cada um dos entes federados”, explica o deputado federal Carlos Augusto Abicalil (PT-MT), que apresentou o esboço da LC ontem na Conae.

Além da necessidade de aprovação de uma legislação complementar, a criação do sistema nacional articulado de educação depende de alterações na LDB, explica o parlamentar. “A organização curricular hoje é muito diversa de Estado para Estado, de cidade para cidade. Essa diferença, como passar de ano ou abordar uma matéria, por exemplo, em vez de somar representa perda de qualidade”, diz. Abicalil se diz satisfeito se o SUS educacional for criado até o fim do novo PNE, ou seja, em 2020. “É uma demanda de 80 anos, desde o Movimento dos Pioneiros, não se constrói isso da noite para o dia. O principal é que a Conae está legitimada para propor um texto a ser debatido no Congresso.”


Fontes do Post:

Ainda sobre a foto do "professor" carregando a soldado - Desmontando as "versões" da PM de Serra

por Conceição Lemes

Isabel Azevedo Noronha, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) recebeu nesta segunda-feira, logo cedo, uma ligação de um colega da subsede de Osasco: “Aquele rapaz que socorreu a policial é um professor daqui da cidade. Nós vamos encontrá-lo, para esclarecer tudo isso”.

Diretores de subsede da Apeoesp de Osasco passaram a manhã e a tarde investigando. Lembravam-se de tê-lo visto em Osasco em meio aos professores. Conferiram listas dos que vieram para a assembleia da sexta-feira, 26 de março, no Palácio dos Bandeirantes. Conversaram com muitos colegas.

No começo desta noite descobriram que o suposto professor é um policial militar do serviço reservado (ou secreto) da Polícia Militar paulista. É um P2, como são chamados.

A caráter para não levantar suspeitas (garotão barbado, jeans, mochila nas costas), o jovem policial infiltrado embarcou no ônibus dos professores de Osasco, como se fosse um deles. Daí o pessoal da subsede de Osasco ter achado inicialmente ele que era um colega.

A descoberta da Apeoesp derruba três versões oficiais da PM paulista:
  • A primeira, no sábado, a Terra Magazine, de que o PM não-identificado “era um dos policiais da região, que estavam empenhados na operação” .
  • Ao Viomundo, disse que o policial militar à paisana “estava no local”.
  • A Terra Magazine, informou que ele estava “passando” pela manifestação.

Aos poucos a verdade sobre a foto famosa da manifestação dos professores vai se revelando. Mas ainda há muitas perguntas sem respostas. Por exemplo, qual era a missão dele na assembleia dos professores? Levantar informações sobre o andamento do movimento? Fazer provocação? Ou o quê? A mando de quem? Qual a intenção? Criminalizar a Apeoesp?

Veja o vídeo abaixo que mostra quem batia e quem apanhava:



“A partir dessa noite uma das hipóteses que passamos a considerar é a de armação para sensibilizar a sociedade e jogá-la contra os professores”, lamenta a presidente da Apeoesp. “A figura da policial feminina, frágil, indefesa atacada por nós, professores, uns bárbaros. Curiosamente o capacete dela está direitinho. A roupa alinhada, como se tivesse saído da lavanderia. Para quem levou uma paulada, como disse a PM, é estranho. Os dois muito arrumadinhos, ajeitadinhos…Esquisito demais. ”

“O fato é que seremos mais rigorosos na fiscalização de quem entra nos nossos ônibus ”, cogita Isabel Noronha. “Talvez passemos a exigir o holerit, para ter certeza de que aquela pessoa é professora mesmo e essa história não se repita.”
Fontes do Post:
Leia a Cronologia dos fatos:
  • A Primeira versão da PM de Serra:
  •  O post sobre a foto sem a versão da PM de Serra:
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segunda-feira, 29 de março de 2010

Veja a tentativa da TV Globo de encobrir, com ajuda do Governo Serra, posse ilegal de terreno público... aquele que mostrei que é de seu Manoel

O programa Domingo Espetacular, da Rede Record, veiculou neste domingo (28) uma reportagem que mostra os bastidores da invasão que a Rede Globo promoveu em um terreno de propriedade do governo do Estado de São Paulo.
Meses atrás, o jornalismo da TV Record mostrou que a emissora comandada pela família Marinho invadiu uma área na zona sul de São Paulo, localizada em uma das regiões mais cobiçadas de São Paulo pelo mercado imobiliário. O terreno é avaliado em mais de R$ 11 milhões e fica exatamente ao lado da sede da TV Globo na capital paulista.

Agora, a emissora anuncia a construção de uma escola técnica no local, em parceria com o governo paulista, na tentativa de mascarar o ato ilegal e a omissão do Estado.

De acordo com o convênio assinado recentemente, a emissora vai construir o prédio da escola e doá-lo ao governo estadual. O colégio vai oferecer dois cursos técnicos: de multimídia e produção de áudio e vídeo levará o nome de ‘Jornalista Roberto Marinho’, referência ao patrono das Organizações Globo. O conteúdo das aulas foi elaborado por especialistas do Estado e profissionais da TV Globo.

Não houve nenhuma explicação sobre o uso irregular do terreno por parte do governo estadual, tampouco da direção da Rede Globo.
Sabe o que é mais interessante? O Terreno tem dono e não é o Estado, mas sim o seu Manoel.

Assista a parte do vídeo abaixo:




(este vídeo acima é diferente do que mostrei no post "O terreno grilado da Globo, do Estado...")
Se quiser baixar o vídeo completo clique aqui 
Se preferir assistir direto do R7 clique aqui

Fonte do Post:
Leia Também:

    A nova versão da PM de Serra sobre a foto do "professor" carregando a soldado

    A Polícia Militar de São Paulo mudou de versão
     

    Carolina Oms
    Especial para Terra Magazine

    A Polícia Militar de São Paulo mudou de versão nesta segunda e disse a Terra Magazine que o policial militar à paisana que socorreu sua colega ferida em manifestação dos professores da rede pública estadual, em São Paulo, "estava passando por lá".

    A informação, fornecida depois que Terra Magazine enviou à assessoria da PM um email solicitando esclarecimentos sobre a identidade e função do policial à paisana, contraria posicionamento anterior, de que o PM não-identificado "era um dos policiais da região, que estavam empenhados na operação".

    A assessoria da PM justificou a falta de informações de duas maneiras:

    - Não vamos dar mais informações sobre o policial porque ele mesmo não quer ser identificado.

    E, diante dos questionamentos sobre a barba do PM, incomum em policiais militares, exceto os do Serviço Reservado, limitou-se a declarar:

    - O comandante falou que era pra gente informar só isso, mesmo.

    Na última sexta, 26, professores da rede estadual paulista entraram em confronto com a polícia durante uma manifestação realizada nos arredores do Palácio Bandeirantes, sede do governo paulista. De acordo com a PM, os manifestantes teriam jogado pedras contra a PM, que revidou com a Tropa de Choque.

    Uma PM foi ferida por uma paulada no rosto - segundo nota oficial da Polícia Militar publicada dia 29 -, durante manifestação dos professores em São Paulo e foi socorrida por um policial militar à paisana. A informação é da mesma nota oficial da PM.
     
    Fonte do Post:
    Leia abaixo a Primeira versão da PM de Serra:
     
    Veja abaixo o post sobre a foto sem a versão da PM de Serra:
     

    Tereos traz sede e ativos para o Brasil - É a primeira multinacional que transforma o país em seu centro financeiro

    Tereos traz sede e ativos para o Brasil
    É a primeira multinacional que transforma o país em seu centro financeiro

    Graziella Valenti, de SP – VALOR

    O grupo francês Tereos, dono da Açúcar Guarani, quarta maior empresa do setor sucroalcooleiro nacional, escolheu o Brasil para ser o centro financeiro de seu negócio. A companhia trará seus ativos da Europa e da região do Oceano Índico – estimados em € 1 bilhão – para uni-los com a Guarani, numa operação que totaliza € 1,7 bilhão.

    Será criada a Tereos International, que abrigará os ativos estrangeiros, com exceção da produção de açúcar de beterraba na França, e terá sede no Brasil. Essa companhia vai incorporar a Guarani.

    Após a combinação, o grupo estuda fazer uma oferta de ações no Novo Mercado da BM&FBovespa junto com a listagem em Paris, na Euronext. O grupo Tereos não tem ações negociadas em bolsa. É a primeira multinacional que transforma o país em seu centro financeiro. A companhia no Brasil terá cerca de 80% de todos os ativos do grupo francês.

    O negócio combinado terá uma receita líquida da ordem de US$ 2,5 bilhões e um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) de US$ 366 milhões. Sozinha, a Guarani tem receita líquida anual de R$ 1,5 bilhão e lajida de R$ 244 milhões. 
    O objetivo, com a operação, é preparar a empresa para a consolidação do setor de açúcar e álcool, a partir do Brasil. A principal fonte de receita do negócio externo é o amido. A companhia é dona das marcas Syral, Benp Lillebone e De La Valle, produtora da vodca Grey Goose.

    A Guarani tem dívida líquida de R$ 1,1 bilhão, equivalente a cerca de 4 vezes seu lajida. Como a Tereos detém 69% do capital, a empresa está com capacidade limitada tanto para ampliar alavancagem com novas dívidas como para emissões de ações, sem com isso diluir o controle do controlador francês. Após a combinação e antes de uma possível oferta de ações, a dívida deve ficar próxima de 3,2 vezes o lajida. A junção das operações também trará um fluxo de caixa estável ao volátil negócio sucroalcooleiro.

    No ano passado, enquanto os demais grupos avançaram na consolidação, a Guarani ficou praticamente parada e seu maior movimento foi a compra de metade de uma pequena usina paulista.

    A relação de troca para a incorporação da Açúcar Guarani pela Tereos International ainda não foi determinada. As condições serão estabelecidas por um comitê independente a ser criado.

    A expectativa é que a incorporação ocorra no fim de junho. Portanto, a capitalização do negócio só poderia se realizar no segundo semestre. A operação foi assessorada pelo Rotschild.

    Bioenergia: Empresa também busca crescimento por meio do avanço no Brasil, maior produtor de açúcar

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    Aposta da Tereos se assemelha à da Shell

    Graziella Valenti e Fabiana Batista, de SP – VALOR

    O grupo francês Tereos, que comprou o controle da Açúcar Guarani no fim de 2004 e agora está criando a Tereos International, tem a estrutura de uma cooperativa e reúne 12.000 agricultores, que produzem e comercializam sua produção de beterraba e de cereais. O Tereos é resultado da fusão, há seis anos, entre as empresas Union SDA e Béghin-Say.

    Quarta maior produtora de açúcar, de álcool e de produtos à base de amido do mundo e terceira maior produtora de áçuçar da Europa, a Tereos tem 30 unidades industriais na Europa, Brasil, Moçambique e na Ilha Reunião, um departamento francês no oceano Índico.

    Nas regiões onde atua, cultiva um total de 920.000 hectares com beterraba, cana-de-açúcar e cereais para produção de açúcar, glucose e etanol (à base de cereais, de amido e de cana).

    O movimento do grupo francês Tereos no Brasil é, em alguma medida, semelhante ao do grupo Shell, na parceria que está costurando com a Cosan. O Brasil é o principal produtor de açúcar e álcool e, por isso, ambas as multinacionais escolheram companhias brasileiras para avançar nesse negócio.

    Ao transferir a operação de amido para a Guarani, o grupo francês traz um fluxo de caixa estável à atividade, oferecendo condições de a empresa avançar na consolidação nos momentos de fragilidade do setor. Lógica semelhante está no ingresso da Cosan no ramo da distribuição, operação de menor margem, mas com fluxo estável de recursos.

    O executivo André Trucy comandará a Tereos International. O executivo já foi presidente da Rhodia no Brasil e do grupo francês Roquette, do ramo de amido. Jacyr Costa continua presidente da Açúcar Guarani, que se tornará subsidiária integral da Tereos International.

    Para uma pequena reorganização societária na França, que precedeu a operação no Brasil, a Tereos International foi avaliada em € 1,021 bilhão e a Guarani, em € 686 milhões. Por esses números, o percentual do capital da empresa hoje em bolsa, de 31%, iria para 12,5%, antes de uma nova emissão. A análise também indica um prêmio de 21% sobre as cotações da Guarani.

    A Guarani tem capacidade de processamento de 15,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Na safra 2010/11, deve produzir 1,3 milhão de toneladas de açúcar e 430 milhões de litros de etanol, além de comercializar 300 GWh de energia. (Colaborou Alda do Amaral Rocha)
    Fonte do Post:
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    Indústria naval investirá R$ 62 bilhões





    Volume previsto pelo Banco do Brasil é para financiamentos no pós-sal até 2020
    Vivian Oswald – O GLOBO

    BRASÍLIA. A indústria naval brasileira deve receber investimentos de R$ 62 bilhões ao longo da próxima década em máquinas e equipamentos. A maior parte desses recursos deve ser aplicada em projetos ligados à exploração do petróleo na camada pós-sal.

    A avaliação está em um longo mapeamento que o Banco do Brasil (BB) levou nove meses para concluir com as perspectivas do setor e as oportunidades que a instituição terá para participar nesses projetos até 2020.

    O BB também calcula que o potencial de investimentos no pré-sal é bem maior, tendo em vista as especificidades da exploração do petróleo em áreas ainda mais profundas e as exigências de equipamentos mais sofisticados. O banco é um dos repassadores do Fundo de Marinha Mercante (FMM), com o BNDES, e quer estar preparado para sair na frente no financiamento de novos projetos.

    — Trata-se de um novo ciclo produtivo neste setor, que tem uma longa cadeia produtiva.

    Quantos parafusos e arroelas precisam ser fabricados para essa indústria? Vai ajudar não só a economia que cerca os estaleiros, mas a cadeia produtiva em todo o país — disse o diretor do Banco do Brasil, Walter Maliane.

    Já há 424 encomendas até 2020, das quais 146 de apoio para offshore (alto mar), 47 plataformas, 164 navios offshore, 46 navios tanques, 28 sondas (as sondas têm previsão para operar a partir de 2013).

    Quatro estaleiros brasileiros estão preparados tecnicamente para construir plataformas.

    Os investimentos vão beneficiar Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e estados do Nordeste, principalmente

    Volume de aprovações cresce para R$ 2,2 bilhões O BB já estudou e aprovou R$ 2,2 bilhões este ano em projetos para o setor. O estoque desde 2007, quando passou a ser repassador do FMM, até o fim do ano passado, foi de R$ 700 milhões.

    O estudo setorial do Banco do Brasil é baseado em encomendas licitadas, contratadas e em construção em estaleiros brasileiros. Até 90% desse valor pode ser financiado pelo FMM. Em dezembro, o conselho diretor do FMM aprovou projetos de R$ 14,2 bilhões para financiar a construção de estaleiros e navios no país.

    — Estamos preparados para apoiar os projetos do pós-sal e assim já estabelecemos o relacionamento com os potenciais clientes do pré-sal, que deve envolver investimentos ainda maiores — afirmou Maliane.
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    Estaleiro: Complexo portuário de PE pode se tornar grande polo no país
    Leo Caldas/Valor 
    Murillo Camarotto, do Recife – VALOR

    Os planos do governo pernambucano de transformar o Complexo Portuário de Suape em um grande polo da ressuscitada indústria naval brasileira vem ganhando contornos de realidade. Até o momento, seis estaleiros já foram anunciados para o local. Um deles, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) – liderado por Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez -, já está em vias de entregar sua primeira encomenda. Os demais projetos, entretanto, ainda estão no papel, mas, se concretizados, representarão um investimento de cerca de R$ 2 bilhões, além da criação de 11 mil empregos diretos.

    A combinação entre uma localização geográfica estratégica e um bom pacote de incentivos fiscais é basicamente o que tem atraído os investidores para Suape. Gestores do porto alegam que Suape, que fica a 60 quilômetros do Recife, é a alternativa logística mais interessante no Brasil dentre as rotas internacionais de navegação, devido à proximidade da Europa, da Ásia e da América do Norte. Diante disso, tanto o governo quanto os investidores acreditam que mais empresas virão construir navios na costa pernambucana.

    “Ainda somos poucos estaleiros. O cluster de Suape será uma verdade”, avalia Carlos Costa, diretor-geral do grupo português MPG Shipyards, que anunciou na última sexta-feira um investimento de US$ 140 milhões na construção de um estaleiro em Suape. A ideia inicial da empresa é fabricar navios de apoio a plataformas e módulos offshore, mas também há planos para o desenvolvimento de soluções para geração de energia eólica.

    A previsão de geração de empregos no estaleiro gira em torno de 1,2 mil postos diretos.

    Otimista com o potencial da nova indústria naval brasileira, o executivo mencionou, inclusive, a expectativa de que o país se torne, no longo prazo, exportador de navios. “Teremos níveis de produção suficiente para isso”, acredita. Ele chamou a atenção, contudo, para a necessidade de melhorias na infraestrutura de logística de Suape.

    Também na última sexta-feira, o grupo sul-coreano STX Europe anunciou o desejo de construir em Suape um estaleiro de US$ 350 milhões. O grupo, que possui 15 estaleiros espalhados pelo mundo, pretende fabricar navios-sonda em uma área de 1 milhão de metros quadrados na costa pernambucana. Segundo o seu vice-presidente executivo, Jorge Ferraz, o projeto deve levar dois anos para ser concluído e irá gerar cerca de 4 mil empregos diretos.

    A implementação do projeto coreano, entretanto, ainda depende do resultado das licitações da Petrobras para a contratação de navios-sonda, que deve ocorrer no segundo semestre deste ano. Caso não conquiste nenhum contrato, o investimento pode ser cancelado.

    Na mesma situação estão outros dois estaleiros já anunciados: o da Queiroz Galvão-Alusa. avaliado em US$ 500 milhões em investimentos, com geração de três mil empregos) e o da Construcap (R$ 200 milhões de desembolso e 1,5 mil empregos).

    De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico do governo pernambucano, Fernando Bezerra Coelho, o investimento português já está garantido, independentemente de qualquer licitação. O mesmo ocorre, segundo ele, com o empreendimento anunciado no mês passado pelo consórcio Schahin-Tomé, que pretende investir R$ 300 milhões na construção de plataformas de petróleo. A expectativa é o projeto gere 1,7 mil empregos.

    Também na sexta-feira, simultaneamente ao anúncio dos novos estaleiros, o governo pernambucano revelou que o grupo familiar local Cornélio Brennand irá construir uma fábrica de vidros no município de Goiana, a 63 quilômetros do Recife. O investimento, motivado pelo alto potencial da indústria da construção civil no Nordeste, será de R$ 330 milhões e irá gerar 370 postos de trabalho.

    Fontes do Post:



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    domingo, 28 de março de 2010

    Tabloides de assalto

    Por Mino Carta, em Carta Capital

    A transparente satisfação com que a mídia nativa celebrou os últimos movimentos do governador José Serra, tomados como prova de uma candidatura de fato já encaminhada, mostra, redondamente, o lado escolhido pelos barões midiáticos. Como sempre, o lado contrário a Lula. No caso, em oposição à candidata do presidente.

    Não é novidade. 
    A mídia nativa não engole um ex-operário que se torna inquilino do Palácio do Planalto, cenário quem sabe talhado em definitivo para bacharéis engravatados, quando não generais de quatro estrelas. Ódio de classe? Misturado com a inextinguível suspeita de que Lula acabe por cair em tentação e reedite ideias e ideais do PT de 1980.

    Rota traçada desde 1989, quando foi inventado o “caçador de marajás” para impedir a ascensão do Sapo Barbudo. Nem se fale da euforia provocada pela descoberta de um Fernando Henrique rei dos economistas, além de príncipe dos sociólogos, prontamente apresentado como criador da estabilidade. E esta foi também a bandeira da campanha do segundo mandato, embora arreada 12 dias depois da posse.

    Surpresa em 2002:
     Lula derrotou com ótima margem o ex-ministro José Serra, a despeito de sua badaladíssima gestão na pasta da Saúde, quando o mundo mais uma vez curvou-se diante do Brasil. Não bastou insistir na ideia de que Serra era “preparado”, a significar que o outro era irremediavelmente despreparado.

    A mídia não percebeu então que seu poder de fogo diminuíra bastante e perseverou na linha contrária ao governo, crivado por críticas ferozes, ataques sem conta, acusações retumbantes, até o chamado “mensalão”, que não foi provado nos termos apontados pelo jornalismo pátrio. Mais significativa e consistente do que a anterior, foi a vitória de Lula em 2006. Nem por isso, a mídia aproveitou a lição.


    Repito o que foi dito em outras oportunidades neste espaço: a eleição de Lula é um divisor de águas na história brasileira. Pela primeira vez, a maioria dos brasileiros apreciou votar naquele com quem se identificava, um igual, em lugar de um senhor enfatiotado, recomendado por seus pares. E, pelo caminho, a maioria convenceu-se que valeu a pena.

    Quem não se convenceu foi a mídia. A imprensa, de que muito poucos a leem. A eletrônica, que só vale quando transmite novela, big brothers e faustões. Nesta aposta em si própria, não saiu da velha rota. Diariamente, basta passar os olhos pelas páginas dos jornais que alguns teimam em chamar de “grande imprensa”, para tropeçar em editoriais, artigos, colunas e reportagens destinados a demonizar Lula e condenar seu governo.

    Quarta-feira 24, ao falar em Brasília no quadro do programa Territórios da Cidadania, o presidente da República disse: “Fico imaginando daqui a 30 anos, quando alguém quiser fazer uma pesquisa sobre a história do Brasil e sobre o governo Lula e tiver de ficar lendo determinados tabloides. Ou seja, este estudante vai estudar uma grande mentira”(assista abaixo). 





    Haverá quem queira discutir a qualidade do texto, a forma. O conteúdo, no entanto, é claríssimo e não admite dúvidas. Se o pesquisador-estudante se contentar com a leitura dos “tabloides”, ou seja, dos órgãos da nossa imprensa, aprenderá uma história desfigurada por erros e omissões. E mentiras.

    Quanto à CartaCapital, nos esforçamos para praticar o jornalismo honesto, na contramão da hipocrisia de quem afirma isenção, equidistância, independência, imparcialidade, enquanto se entrega a formas diversas, porém afinadas, de propaganda partidária. Em busca da verdade factual, criticamos Lula e seu governo ora de maneira positiva, ora negativa. Há duas semanas, entendemos como passo em falso as declarações do presidente a respeito dos presos políticos cubanos. Na semana passada, renovamos nossa reprovação a quaisquer interferências governistas para limitar a liberdade de expressão.

    CartaCapital orgulha-se de remar na contracorrente, mesmo quando entende que o governo em seus dois mandatos poderia ter feito muito mais no plano social, ou reputa deslize gravíssimo, a provar prepotência e ignorância, o comportamento em relação ao Caso Battisti. No mais, a entrada de Serra na liça vale para iluminar a ribalta.

    Não se trata de valorizar a demanda de muitos tucanos, favoráveis a uma definição rápida, mesmo porque compreendemos a estratégia do pré-candidato, baseada na tentativa de escapar ao embate plebiscitário à procura do confronto direto com a candidatura Dilma. Deste ângulo, tem de ser encarado o nítido empenho tucano em manter Fernando Henrique longe da campanha. Mas não será fácil sair do círculo traçado por Lula em torno do pleito.

    Fonte do Post:
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    De que serve o PROUNI?


    Filho de catador de garrafas ganha bolsa de mestrado nos EUA e luta para seguir estudos


    Depois de se formar em administração em Belo Horizonte, Bruno Lucio Santos Vieira, 22, ingressou no mestrado em relações internacionais na Ohio University, nos Estados Unidos. Hoje, no curso, o estudante dedica seu tempo a disciplinas como história econômica norte-americana e mercados financeiros.

    A biografia resumida acima pode parecer com a de algum brasileiro bem-nascido e cheio de oportunidades. No caso de Bruno, no entanto, cada passo tem sido uma batalha: filho do aposentado Henrique Barbosa Vieira, 68, e da dona de casa Neide Lúcia Santos Vieira, 56, o rapaz concluiu a educação básica toda em escola pública, fez a graduação pelo Prouni (Programa Universidade para Todos) no Centro Universitário Una e ganhou, pelo bom desempenho, desconto para a pós-graduação.


    No entanto, há um semestre na terra de Obama, e ainda que tenha a bolsa de estudos, os custos de vida têm comprometido o futuro acadêmico do jovem. A cada mês, ele fica mais 600 dólares no vermelho – o que corresponde a aproximadamente R$ 1.100. “Quando vim, não ficou claro que haveria tantos gastos, e eles comprometeram o orçamento”, conta.

    E a família não tem como ajudar. “Meu marido ganha um salário e meio. Acabou de passar por um câncer de próstata. Para complementar a renda, ele recolhe garrafas, e eu lavo para vendermos”, diz Dona Neide, que se esforça para segurar a saudade e as lágrimas sempre que fala com o filho. “Ele é o meu caçula e toda a vida foi exemplar. Muito carinhoso. Mas estou muito triste com as dificuldades que ele está passando.”




    Depois de se formar na faculdade pelo Prouni, o jovem seguiu para mestrado no exterior (Foto: Arquivo Pessoal)


    Ajuda dos novos amigos
    Mesmo trabalhando para a faculdade – dentro dos limites da lei – tem sido bem difícil bater a quantia necessária a cada mês, diz o jovem.. E as economias que fez enquanto trabalhava no Brasil já se foram.

    A sobrevivência tem dependido da boa vontade dos novos amigos nos EUA. Dois ucranianos e um espanhol têm financiado o aluguel e a comida para Bruno e sua mulher, Poliana. O casal ainda consegue almoçar de graça duas vezes por semana em igrejas da cidade.

    O casamento, que não completou um ano terá de resistir à distância. Com a falta de dinheiro, Poliana já está de malas prontas para retornar ao país.

    Nem luxo nem lixo

    O mobiliário da casa que Bruno divide com os europeus recebeu vastas contribuições do desperdício ou do desapego da comunidade de Ohio. “Quando alguém nos pergunta onde compramos armário, mesas, cadeiras, sofá, sempre brinco que foi no ‘Trash.com’ [em inglês, "trash" quer dizer lixo]. Achamos também panela, pratos, copos, talheres”, relata Bruno, que chegou a receber até doações de comida.

    Primeiro da turma

    Durante a faculdade, a performance do jovem foi alvo de elogios dos docentes. Segundo a coordenadora do curso de administração do Una, Christiana Metzker Netto, ele “tem muito potencial”.

    “Bruno teve 94 pontos [em cem] de média geral. Tirou de letra a faculdade e foi um aluno exemplar. No trabalho final, tirou 99 pontos – e as médias costumam ser bem mais baixas”, revela. “O curso também pede 60 horas de atividades complementares, que os alunos demoram a cumprir. Bruno fez 255 horas”.

    O empenho rendeu troféu de melhor aluno do curso, mas não foi suficiente para garantir a estadia no mestrado. E o rapaz tem recorrido ao seu passado acadêmico para buscar auxílio – concorre a novas bolsas, ainda sem certezas.. O mais jovem de cinco irmãos, primeiro a se formar na faculdade e a ir ao exterior, é admirado pela família e espera voltar com o mestrado concluído. “Todo herói tem de ter um pouco de louco, tem de arriscar. Pensei que essa podia ser a minha única chance de continuar estudando”, diz.
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    sábado, 27 de março de 2010

    O Rio visto de uma perspectiva diferente

    Clique na foto para ampliar


    Gostou? Agora, que tal você tirar a sua própria foto?
    Ou melhor, que tal dar um passeio panorâmico no 
    Rio de Janeiro e com música ambiente?

    Se quiser é só clicar no Link abaixo...

    UIT reconhece o Ginga da TV Digital brasileira

    TV Digital: Ginga, completo, vira padrão UIT

    Uma grande vitória para o país. Assim, a notícia de que outras partes do Ginga, além do módulo NCL, foram reconhecidos pela União Internacional de Telecomunicações -UIT, foi recebida pelo Fórum SBTVD. O padrão brasileiro Ginga passa a constar agora como quarto padrão mundial para interatividade, ao lado do o americano (ATSC), do europeu (DVB) e o próprio ISDB, na recomendação do organismo da ONU que busca a harmonização técnica entre eles em um único middleware padrão.

    A chegada do Ginga-J, tecnologia de ponta e sem os custos de royalties, quebra parâmetros no próprio conceito de TV digital da UIT. Até aqui, todos os padrões harmonizados, baseados no GEM, tinham custos de royalties associados. Com o Ginga-J esse quadro muda. (via idgnow.uol.com.br)

    http://br-linux.org/2010/tv-digital-ginga-completo-vira-padrao-uit/
    Por Marc_santos

    Em termos de mercado mundial, a interatividade do GEM ou Ginga vai ser atropelada por aparelhos de TV e set-top boxes capazes de navegar na Internet. Os modelos mais caros de TV já possuem WiFi e rodam vídeos do Youtube, applets e até mesmo possuem o Skype. Computadores e unidades de armazenamento baratos estão dando origens à HTPCs (Home Theater Personal Computers) capazes de não só reproduzir vários tipos de media, receber sinais de TV digital, gravar programas e navegar na Internet com preços indo de US$80 a US$250 (veja o preço de um decodificador não interativo aqui no Brasil…).

    Ainda, as grandes empresas não estão tão dispostas a fazer modificações necessárias para rodar o Ginga (li isso outro dia numa entrevista com um diretor da Samsung – que já faz TVs com acesso ao youtube).

    O Ginga só é suportado pela emissoras e pelo governo que se dobra diante delas por que elas podem ter controle do que é divulgado/vendido através do canal interativo com o Ginga. Coloque acesso livre à Internet através de um navegador comum (rodando em linux), que não precisa pagar royalties, e tudo será perdido.

    Para finalizar, a grande ironia é que o propalado canal de retorno da TV digital brasileira acabará rodando sobre conexões de Internet. Ou seja, vc poderia ter acesso a um conteúdo muito mais vasto, mas vai ficar preso numa sisteminha que só vai te permitir votar no BBB ou comprar a saia da mocinha da novela.
    Fonte do Post:
    Leia também:

    Sobre a foto do "professor" carregando a soldado

    Do Blog Vi o Mundo

    PM diz que “ainda não sabe nome do policial que socorreu a soldado nem o que ele fazia na manifestação”


    por Conceição Lemes



    Desde ontem a foto do manifestante carregando a policial ferida (foi como a Agência Estado a legendou), na manifestação dos professores, se disseminou pelos portais e blogs, emocionando muita gente, inclusive eu. Estava errada. Hoje à tarde a Polícia Militar do governo do Estado de São Paulo informou que a soldado chama-se Erika Cristina Moraes de Souza Canavezi. Já o professor é, na verdade, um policial militar à paisana.

    A nota da PM diz o seguinte:

    Com relação à foto publicada na grande imprensa de uma policial sendo socorrida, a Polícia Militar esclarece que trata-se da Soldado Erika Cristina Moraes de Souza Canavezi, que foi ferida com uma paulada no rosto e que está sendo socorrida por um policial militar a paisana.

    A policial foi atendida no Hospital Albert Ainsten medicada, liberada e passa bem.

    A Polícia Militar agradece as manifestações de solidariedade.

    Enviamos então e-mail à assessoria de imprensa da PM, perguntando: 1) o nome do policial militar que socorreu a soldado Erika; 2) o que ele estava fazendo na manifestação dos professores à paisana.

    A assessoria de imprensa informou-me há pouco que “a PM ainda não sabe o nome do policial militar à paisana nem o que ele fazia na manifestação. Mas que ele foi identificado como sendo da corporação.”

    Além disso, prometeu até segunda-feira esclarecer completamente as perguntas que lhes fizemos.

    Comentário de "Rios"· um leitor do Blog Vi o Mundo:
    Não sei quantos tem a minha mesma opinião, mas se o governo paulista tivesse deixado a primeira versão seria menos vergonhoso que admitir OFICIALMENTE que o governo emprega táticas facistas, infiltrando agentes secretos em movimentos e sindicatos de trabalhadores… o que faria o Serra se eleito presidente? institucionalizar a espionagem de todos que exigirem melhores salários e melhores condições de trabalho? e quem for contra o governo, o que aconteceria? vai demitir, perseguir e assediar? existem muitos exemplos da época das trevas de FHC de trabalhadores de empresas públicas perseguidos, assediados, demitidos injustamente… e sabe-se que o serra é um fhc piorado e com uma tremenda paranóia de perseguição… pobre Brasil, pobre São Paulo.

    Fonte do Post:
    Veja o post sobre a foto: