domingo, 31 de outubro de 2010

Será a mulher mais poderosa do Mundo

31 de outubro de 2010 às 19:49

Brasil elege Dilma

 

“a mulher mais poderosa do mundo”

The Independent

 


A foto acima não ilustrou a reportagem do jornal britânico Independent, que reproduzo abaixo, publicado antes do primeiro turno e traduzido pela Katarina Peixoto para a Carta Maior:
Luiz Carlos Azenha
Blog Vi o Mundo


Hugh O’Shaughnessy – The Independent

26/09/2010


A mulher mais poderosa do mundo começará a andar com as próprias pernas no próximo fim de semana. Forte e vigorosa aos 63 anos, essa ex-líder da resistência a uma ditadura militar (que a torturou) se prepara para conquistar o seu lugar como Presidente do Brasil.

Como chefe de estado, a Presidente Dilma Rousseff seria mais poderosa que a Chanceler da Alemanha, Angela Merkel e que a Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton: seu país enorme de 200 milhões de pessoas está comemorando seu novo tesouro petrolífero. A taxa de crescimento do Brasil, rivalizando com a China, é algo que a Europa e Washington podem apenas invejar.

Sua ampla vitória prevista para a próxima eleição presidencial será comemorada com encantamento por milhões. Marca a demolição final do “estado de segurança nacional”, um arranjo que os governos conservadores, nos EUA e na Europa já tomaram como seu melhor artifício para limitar a democracia e a reforma. Ele sustenta um status quo corrompido que mantém a imensa maioria na pobreza na América Latina, enquanto favorece seus amigos ricos.

A senhora Rousseff, filha de um imigrante búlgaro no Brasil e de sua esposa, professora primária, foi beneficiada por ser, de fato, a primeira ministra do imensamente popular Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ex-líder sindical. Mas com uma história de determinação e sucesso (que inclui ter se curado de um câncer linfático), essa companheira, mãe e avó será mulher por si mesma. 

As pesquisas mostram que ela construiu uma posição inexpugnável – de mais de 50%, comparado com menos de 30% – sobre o seu rival mais próximo, homem enfadonho de centro, chamado José Serra. Há pouca dúvida de que ela estará instalada no Palácio Presidencial Alvorada de Brasília, em janeiro.

Assim como o Presidente Jose Mujica do Uruguai, vizinho do Brasil, a senhora Rousseff não se constrange com um passado numa guerrilha urbana, que incluiu o combate a generais e um tempo na cadeia como prisioneira política.

Quando menina, na provinciana cidade de Belo Horizonte, ela diz que sonhava respectivamente em se tornar bailarina, bombeira e uma artista de trapézio. 

As freiras de sua escola levavam suas turmas para as áreas pobres para mostrá-las a grande desigualdade entre a minoria de classe média e a vasta maioria de pobres. Ela lembra que quando um menino pobre de olhos tristes chegou à porta da casa de sua família ela rasgou uma nota de dinheiro pela metade e dividiu com ele, sem saber que metade de uma nota não tinha valor.

Seu pai, Pedro, morreu quando ela tinha 14 anos, mas a essas alturas ele já tinha apresentado a Dilma os romances de Zola e Dostoiévski. Depois disso, ela e seus irmãos tiveram de batalhar duro com sua mãe para alcançar seus objetivos. Aos 16 anos ela estava na POLOP (Política Operária), um grupo organizado por fora do tradicional Partido Comunista Brasileiro que buscava trazer o socialismo para quem pouco sabia a seu respeito.

Os generais tomaram o poder em 1964 e instauraram um reino de terror para defender o que chamavam “segurança nacional”. Ela se juntou aos grupos radicais secretos que não viam nada de errado em pegar em armas para combater um regime militar ilegítimo. Além de agradarem aos ricos e esmagar sindicatos e classes baixas, os generais censuraram a imprensa, proibindo editores de deixarem espaços vazios nos jornais para mostrar onde as notícias tinham sido suprimidas.

A senhora Rousseff terminou na clandestina VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares). Nos anos 60 e 70, os membros dessas organizações sequestravam diplomatas estrangeiros para resgatar prisioneiros: um embaixador dos EUA foi trocado por uma dúzia de prisioneiros políticos; um embaixador alemão foi trocado por 40 militantes; um representante suíço, trocado por 70. Eles também balearam torturadores especialistas estrangeiros enviados para treinar os esquadrões da morte dos generais. Embora diga que nunca usou armas, ela chegou a ser capturada e torturada pela polícia secreta na equivalente brasileira de Abu Ghraib, o presídio Tiradentes, em São Paulo. Ela recebeu uma sentença de 25 meses por “subversão” e foi libertada depois de três anos. Hoje ela confessa abertamente ter “querido mudar o mundo”.

Em 1973 ela se mudou para o próspero estado do sul, o Rio Grande do Sul, onde seu segundo marido, um advogado, estava terminando de cumprir sua pena como prisioneiro político (seu primeiro casamento com um jovem militante de esquerda, Claudio Galeno, não sobreviveu às tensões de duas pessoas na correria, em cidades diferentes). Ela voltou à universidade, começou a trabalhar para o governo do estado em 1975, e teve uma filha, Paula.

Em 1986 ela foi nomeada secretária de finanças da cidade de Porto Alegre, a capital do estado, onde seus talentos políticos começaram a florescer. Os anos 1990 foram anos de bons ventos para ela. Em 1993 ela foi nomeada secretária de minas e energia do estado, e impulsionou amplamente o aumento da produção de energia, assegurando que o estado enfrentasse o racionamento de energia de que o resto do país padeceu.

Ela fez mil quilômetros de novas linhas de energia elétrica, novas barragens e estações de energia térmica construídas, enquanto persuadia os cidadãos a desligarem as luzes sempre que pudessem. Sua estrela política começou a brilhar muito. Mas em 1994, depois de 24 anos juntos, ela se separou do Senhor Araújo, aparentemente de maneira amigável. Ao mesmo tempo ela se voltou à vida acadêmica e política, mas sua tentativa de concluir o doutorado em ciências sociais fracassou em 1998.

Em 2000 ela adquiriu seu espaço com Lula e seu Partido dos Trabalhadores, que se volta sucessivamente para a combinação de crescimento econômico com o ataque à pobreza. Os dois se deram bem imediatamente e ela se tornou sua primeira ministra de energia em 2003. Dois anos depois ele a tornou chefe da casa civil e desde então passou a apostar nela para a sua sucessão. 

Ela estava ao lado de Lula quando o Brasil encontrou uma vasta camada de petróleo, ajudando o líder que muitos da mídia européia e estadunidense denunciaram uma década atrás como um militante da extrema esquerda a retirar 24 milhões de brasileiros da pobreza. Lula estava com ela em abril do ano passado quando foi diagnosticada com um câncer linfático, uma condição declarada sob controle há um ano. Denúncias recentes de irregularidades financeiras entre membros de sua equipe quando estava no governo não parecem ter abalado a popularidade da candidata.

A Senhora Rousseff provavelmente convidará o Presidente Mujica do Uruguai para sua posse no Ano Novo. O Presidente Evo Morales, da Bolívia, o Presidente Hugo Chávez, da Venezuela e o Presidente Lugo, do Paraguai – outros líderes bem sucedidos da América do Sul que, como ela, têm sofrido ataques de campanhas impiedosas de degradação na mídia ocidental – certamente também estarão lá. Será uma celebração da decência política – e do feminismo.


Tradução: Katarina Peixoto





Fonte do Post:

sábado, 30 de outubro de 2010

Até o Jurista Celso Antônio Bandeira de Mello

Até o Jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, vem a público declarar seu voto a Dilma Roussef, e também convidar a todos votarem nela no pleito do dia 31 de outubro.

A atitude do Jurista, de tornar público seu voto, deixa claro o quão perigoso será para a nossa Democracia se Serra for eleito e o quão preocupados estão parte das Pessoas de bem do País, as que conhecem e muito bem os bastidores do poder, sobre um possível "governo" de Serra.

Assista e saiba os motivos que o motiva a votar em Dilma.




Até Oscar Niemeyer, nos seus mais de 100 anos, veio a público externar seu voto a Dilma.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sobre as auditorias nas Urnas Eletrônicas e possíveis fraudes


Do blog quem tem medo do Lula
29 de outubro de 2010

SERÁ QUE AGORA, É A HORA DA FRAUDE?
BOMBA: NÃO HOUVE AUDITORIA DO SOFTWARE DAS URNAS ELETRÔNICAS

Todos sabem que o sistema eleitoral brasileiro é INVULNERÁVEL À FISCALIZAÇÃO e à auditoria. 
Quem é que realmente não tem dúvidas sobre a quantidade de votos recebida, toda eleição, por alguns deputados que não tem base eleitoral ou trabalho político aparente? O problema fica mais óbvio no entanto, quando lembramos que TODA ELEIÇÃO os resultados do primeiro turno saem com DIFERENÇA PARA ALÉM DA MARGEM DE ERRO das pesquisas de boca de urna (vejam tabela abaixo).

Quando se fala isso, estamos dizendo de outra forma que a chance de isso ter acontecido ao acaso é menor que 2,5%, 1% dependendo da significância estatística da amostra. Isso aconteceu em todas as últimas eleições presidenciais, e também em várias eleições para governador (as únicas que podemos comparar resultados esperados com resultados das urnas). Qual a probabilidade então de TODOS ESSES ERROS JUNTOS TEREM ACONTECIDO AO ACASO?

É claro, toda vez que essas coisas acontecem, a culpa é jogada nas pesquisas eleitorais(...) será?

Como se não bastasse, agora, o engenheiro Amílcar Brunazzo, um dos responsáveis pela auditoria dos softwares das urnas eletrônicas (que já não serve pra muito, pois ninguém pode conferir as inseminações), FEZ DENÚNCIA GRAVÍSSIMA. Ele afirma que neste ano os partidos foram inviabilizados em seu direito de fiscalização, e NEM A OAB NEM O MINISTÉRIO PÚBLICO FIZERAM AUDITORIAS nos softwares da eleição (veja entrevista no youtube). 


Não são de hoje as denúncias de irregularidades nas urnas eletrônicas brasileiras. Em Alagoas, na eleição de 2006, houve o caso amplamente noticiado do problema com mais de um terço das urnas que apresentaram diferenças entre o registro interno e o boletim de urna. Laudo do ITA apontou que houve fraude, mas o TSE não tomou qualquer providência.  Denúncias na última eleição para prefeito em Curitiba não foram sequer apuradas, e coisas estranhas se repetiram agora, com o governador eleito Beto Richa impedindo a divulgação das pesquisas e o resultado final surgindo bem diferente delas.

Vejam no site de Paulo Henrique Amorim uma extensa compilação de fatos estranhos e como no exterior a segurança de nossa urna eletrônica é rejeitada, ATÉ MESMO NO PARAGUAI !!!

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Por que o Jobim não quer conferir o voto

Conversa Afiada - PHA (26-09-2010)

Resolvi procurar mais informações sobre o assunto. Fiquei muito preocupado e desconfiado. Fui saber como as urnas eletrônicas da Diebold, que fornece o equipamento para o TSE, são vistas no resto do mundo e o que encontrei não é nada bom.

No Exterior:

Encontrei o seguinte texto no Wikipédia (o texto original está em inglês):

“Fraude nas urnas Diebold:

Em agosto de 2003, Walden O´Dell, então executivo-chefe da Diebold, anunciou que ele foi um dos principais levantadores de fundos para a campanha do presidente George W. Bush quando pediu para 100 amigos ricos e simpáticos ao partido do Bush que fizessem doações em uma reunião na sua própria casa no subúrbio de Columbus, Ohio.
Em dezembro de 2005, O’Dell renunciou após relatos de que a empresa estava enfrentando processos de fraude em torno de acusações de abusos de informações internas.
Em março de 2007, a Associated Press anunciou que a Diebold estava considerando em se desfazer da sua subsidiária de máquinas de votação porque o negócio estava manchando a reputação da empresa.
[assista o vídeo abaixo, e descubra que é possível fraudar uma urna eletrônica nos EUA. a Urna é da Diebold a mesma empresa que fornece as urnas para as eleições no Brasil conforme pode ser comprovado clicando aqui e aqui também]
http://www.youtube.com/watch?v=1s4TfejQ0ag

Em agosto de 2007, o Wikipedia Scanner (rastreador de IPs do Wikipédia), notou que edições, utilizando o endereço IP da Diebold, foram feitas nos artigos da Wikipedia, removendo as críticas aos produtos da Diebold, referências ao O´Dell como levantador de fundos para a campanha do Bush e outras críticas negativas à empresa em novembro de 2005.”


Nenhum partido, à exceção do PDT (fraudado nos softwares de apuração no caso Proconsult, 1982), teve coragem de denunciar esta situação absurda, pois a Justiça Eleitoral tem um poder de vida e morte sobre os partidos e candidaturas. Ela é o executivo, legislativo e judiciário do sistema eleitoral.
Essas grandes diferenças entre a boca de urna e os resultados finais, não costumam acontecer nos segundos turnos, talvez porque a evidência ficaria grande demais. Mas diante do desespero e do vale-tudo desta eleição, alimentado pelas gigantescas riquezas descobertas dia após dia no pré-sal, fica a pergunta:
SERÁ QUE ESTAREMOS PERTO DE ASSISTIR A MAIOR FRAUDE ELEITORAL DA HISTÓRIA DO BRASIL?
Se ocorrer, ela ocorrerá provavelmente só com os números de alguns estados. Compare os números de eleições suspeitas e veja que, além da vantagem sempre ser para o candidato do PSDB, a discrepância mais escandalosa, praticamente ESTATISTICAMENTE IMPOSSÍVEL DE TER OCORRIDO AO ACASO, se deu exatamente NA ELEIÇÃO DE PRESIDENTE DESTE ANO.


FONTES: IBOPE, TSE
VOTOS VÁLIDOS
Ibope 03/10
(boca de urna)
TSE 03/10
Presidente - 2010
Dilma 51
Serra 30
Marina 18
Dilma 46,9
Serra 32,6
Marina 19,3
Governo Minas - 2010
Anastasia (PSDB)
57%
Hélio (PMDB)
40%
Anastasia (PSDB)
62,7%
Hélio (PMDB)
34,1%
Senador São Paulo - 2010
Aluísio (PSDB)
27%
Aluísio (PSDB)
30,42%
Governo Paraná - 2010
Beto Richa(PSDB)
51
Osmar Dias(PDT)
48
Beto Richa (PSDB)
52,4
Osmar Dias (PDT)
45,6
Governo Alagoas - 2010
(de 30/04)
Teotônio (PSDB) 34
Collor 31
Lessa 24
Teotônio (PSDB)
39,5
Collor 28,8
Lessa 29,1
Presidente - 2006
Lula 50
Alckmin 38
Heloísa 8
Cristovam 3
Lula 48,6
Alckmin 41,6
Heloísa 6,8
Cristovam 2,6




















Denúncias sobre fraude recentes no Brasil:
*Gustavo Castañon é professor adjunto do
departamento de filosofia da Universidade
Federal de Juiz de For
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A quinta onda - do Blog Escrevinhador - Rodrigo Vianna
20 de outubro de 2010

Nesta atual campanha eleitoral, o uso de técnicas típicas de estrategistas militares: desde setembro, temos visto ações massivas com o objetivo de disseminar “falsa informação”, “desinformação” e criar “decepção” e “dúvida” em relação a Dilma. São conceitos típicos dessa área militar, mas usados também em batalhas políticas ou corporativas.
Detectamos nessa campanha, desde a reta final do primeiro turno, 4 ondas de contra informação muito claras.
  • 1) Primeira Onda – emails e ações eletrônicas: mensagens disseminadas por email ou pelas redes sociais, com informações sobre a “Dilma abortista”, “Dilma terrorista”, “Dilma contra Jesus”; foi essa técnica, associada aos sermões de padres e pastores, que garantiu o segundo turno.
  • 2) Segunda Onda – panfletos: foi a fase iniciada na reta final do primeiro turno e retomada com toda força no segundo turno; aqueles “boatos”  disformes que chegavam pela internet, agora ganham forma; o povão acredita mais naquilo que está impresso, no papel; é informação concreta, é “verdade” a reforçar os “boatos”  de antes;
  • 3) Terceira Onda – telemarketing: um passo a mais para dar crédito aos boatos; reparem, agora a informação chega por uma voz de verdade, é alguém de carne e osso contando pro cidadão aquilo tudo que ele já tinha “ouvido falar”.
  • 4) Quarta Onda – pichações e faixas nas  ruas: a boataria deixa de frequentar espaços privados e cai na rua; “Cristãos não querem Dilma e PT”; “Dilma é contra Igreja”; mais um reforço na estratégia. Faixas desse tipo apareceram ontem em São Paulo, como eu contei aqui.
Tony teme que as  o desdobramento final da campanha (ou seja a “Quinta Onda”) inclua técnicas conhecidas nessa área estratégico-militar: criar fatos concretos que façam as pessoas acreditarem nos boatos espalhados antes.
Tudo isso faz ainda mais sentido depois de ler o que foi publicado aqui, pelo ”Correio do Brasil”: uma Fundação dos EUA mostra que agentes da CIA e brasileiros cooptados pela CIA estariam atuando no Brasil – exatamente como no pré-64.
Espero que o Tony esteja errado, e que a Quinta Onda não venha. Se vier, vai estourar semana que vem: quando não haverá tempo para investigar, nem para saber de onde vieram os ataques(...)
Por isso, o desespero do PSDB com as pesquisas. Ele precisa chegar à ultima semana com diferença pequena. Se abrir muito, até a elite vai desconfiar das atitudes das sombras, vai parecer apelação demais.
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[A possibilidade de ocorrer fraude existe, mas só poderá se efetivar se a diferença nas pesquisas entre Dilma e Serra for muito pequena. Aí sim, haveria uma chance de fazerem o processo de fraude em algumas regiões do Brasil como foi citado acima sem levantar suspeitas... portanto é bom ficarmos atentos.]

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[A sorte é que a partir de 2014 todas as urnas eletrônicas terão de conter o voto impresso a ser conferido pelo eleitor.]
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No dia 29 de setembro de 2009, foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva o Projeto de Lei Nº 5498/09, que instituiu novas regras para as eleições. A Lei Nº 12.034/2009 foi publicada no Diário Oficial da União no dia 30 de setembro. Apesar do forte lobby contrário à permanência do Art. 5º na Reforma Eleitoral, principalmente empreendido...

Apesar do forte lobby contrário à permanência do Art. 5º na Reforma Eleitoral, principalmente empreendido pelos ministros Carlos Ayres Brito, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),  Nelson Jobim,  da Defesa e Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o voto impresso não foi vetado pelo Presidente Lula. 





Fontes do Post:



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Se Serra é machista, o que as eleitoras dele são?

O machismo de José Serra


29/10/2010


via blog viomundo


Já era de conhecimento público o machismo de José Serra. Em 2009, FHC descreveu Serra para a revista Piauí:
“Antes de decidir, ele ouve bastante gente, mas leva mais a sério as mulheres. Como o Serra é muito competitivo, qualquer conversa dele com um homem tende a se tornar um embate. E com as mulheres ele acha que não tem competição”.
FHC
Essa visão de superioridade masculina sobre as mulheres marca os comentários de José Serra. Ele reproduz o cânone machista que inferioriza a mulher, retira dela a autonomia e a transforma em objeto de seus interesses políticos.

José Serra flerta com jornalista quando está sendo entrevistado. E mesmo se dizendo cristão devoto, afirma que na política pode-se ter amantes, desde que seja de forma discreta.

Ele não tem pudor em usar e descartar mulheres na campanha, mesmo que sejam parentes. Colocou a esposa para atacar Dilma falando de aborto. Confrontado sobre esses ataques durante debate televisivo, optou por se calar ao invés de explicar a situação ou defender o posicionamento da esposa. Quando veio a público que Monica e José Serra haviam feito um aborto, Monica foi afastada da campanha.

Ele também usou a filha Veronica: trouxe a público a quebra de sigilo fiscal de Veronica, ocorrida em 2009, acusando o PT de ser o responsável pela quebra de sigilo. No entanto, a quebra de sigilo resultou de disputa entre tucanos mineiros e paulistas. Assim que começaram a divulgar a responsabilidade dos tucanos, e irregularidades sobre Veronica a respeito de quebra de sigilo de brasileiros se tornaram matéria de capa na Carta Capital, Veronica foi convenientemente tirada de foco.

A última pérola machista aconteceu ontem, 28/10/2010. Em Uberlândia, José Serra afirmou:
“Se você é uma menina bonita, tem que conseguir 15 votos. Pegue a lista de pretendentes e mande um e-mail. Fale que quem votar em mim tem mais chance com você”.
 José Serra
Com isso, ele está sugerindo que função de mulher ser cabo eleitoral, manipulando “pretendentes” (vocabulário do século XIX!), trocando atenção masculina por votos. Em resumo: agir como prostituta, não para obter dinheiro e se sustentar, mas para obter votos para ele. No Twitter, Serra foi duramente criticado e recebeu a hashtag SerraCafetao, que está tendo grande repercussão.

Atenção para o “menina bonita“, que descarta, de uma vez só, as mulheres adultas e as mulheres feias (quem define “feiúra”, se beleza não é um padrão universal?) José Serra está reforçando a misoginia e deixando evidente o contexto machista de toda a campanha eleitoral tucana: papel de mulher é ser bonita, obediente e disposta a favores sexuais em nome de um candidato.

Outros episódios serristas podem ser elencados, como a constante tentativa de desqualificar em termos machistas a candidata Dilma Rousseff.

Fica claro que, para José Serra, lugar de mulher é sob as ordens dele. Ele até ouve os conselhos (será que ouve críticas também?) das mulheres, e depois as deixa em segundo plano, retirando-as do limbo somente quando necessário para atingir fins políticos. Se não os atinge, elas são descartadas e ignoradas.

Fato: José Serra é machista. Ao expor seu machismo continuamente, acaba por perder o respeito das mulheres que têm autonomia, que não querem ser manipuladas, que se recusam a agir como prostitutas eleitorais.


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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Carta aberta a Fernando Henrique Cardoso

Carta aberta a Fernando Henrique Cardoso

O artigo é de Theotonio dos Santos.
Professor Emérito da Universidade
Federal Fluminense, Presidente da
Cátedra da UNESCO e da
Universidade das Nações Unidas sobre
economia global e desenvolvimentos sustentável.
Professor visitante nacional sênior da
Universidade Federal do Rio de Janeiro. 
(é que dá umas 40 páginas e não dá para citar aqui)

O plano Real não derrubou a inflação e sim uma deflação mundial que fez cair as inflações no mundo inteiro. A inflação brasileira continuou sendo uma das maiores do mundo durante o seu governo. O real foi uma moeda drasticamente debilitada. Isto é evidente: quando nossa inflação esteve acima da inflação mundial por vários anos, nossa moeda tinha que ser altamente desvalorizada. De maneira suicida ela foi mantida artificialmente com um alto valor que levou à crise brutal de 1999. Outro mito é que seu governo foi um exemplo de rigor fiscal. Um governo que elevou a dívida pública do Brasil de 60 bilhões de reais em 1994 para mais de 850 bilhões, oito anos depois, é um exemplo de rigor fiscal?
Theotonio dos Santos, na Carta Maior

Meu caro Fernando,

Vejo-me na obrigação de responder a carta aberta que você dirigiu ao Lula, em nome de uma velha polêmica que você e o José Serra iniciaram em 1978 contra o Rui Mauro Marini, eu, André Gunder Frank e Vânia Bambirra, rompendo com um esforço teórico comum que iniciamos no Chile na segunda metade dos nos 1960. A discussão agora não é entre os cientistas sociais e sim a partir de uma experiência política que reflete contudo este debate teórico. Esta carta assinada por você como ex-presidente é uma defesa muito frágil teórica e politicamente de sua gestão. Quem a lê não pode compreender porque você saiu do governo com 23% de aprovação enquanto Lula deixa o seu governo com 96% de aprovação. Já discutimos em várias oportunidades os mitos que se criaram em torno dos chamados êxitos do seu governo. Já no seu governo vários estudiosos discutimos, já no começo do seu governo, o inevitável caminho de seu fracasso junto à maioria da população. Pois as premissas teóricas em que baseava sua ação política eram profundamente equivocadas e contraditórias com os interesses da maioria da população. (Se os leitores têm interesse de conhecer o debate sobre estas bases teóricas lhe recomendo meu livro já esgotado: Teoria da Dependencia: Balanço e Perspectivas, Editora Civilização Brasileira, Rio, 2000).

Contudo nesta oportunidade me cabe concentrar-me nos mitos criados em torno do seu governo, os quais você repete exaustivamente nesta carta aberta.

1- O primeiro mito:

O primeiro mito é de que seu governo foi um êxito econômico a partir do fortalecimento do real e que o governo Lula estaria apoiado neste êxito alcançando assim resultados positivos que não quer compartilhar com você… 

Em primeiro lugar vamos desmitificar a afirmação de que foi o plano real que acabou com a inflação. Os dados mostram que até 1993 a economia mundial vivia uma hiperinflação na qual todas as economias apresentavam inflações superiores a 10%. A partir de 1994, TODAS AS ECONOMIAS DO MUNDO APRESENTARAM UMA QUEDA DA INFLAÇÃO PARA MENOS DE 10%. Claro que em cada pais apareceram os “gênios” locais que se apresentaram como os autores desta queda. Mas isto é falso: tratava-se de um movimento planetário.

No caso brasileiro, a nossa inflação girou, durante todo seu governo, próxima dos 10% mais altos. TIVEMOS NO SEU GOVERNO UMA DAS MAIS ALTAS INFLAÇÕES DO MUNDO. E aqui chegamos no outro mito incrível. Segundo você e seus seguidores (e até setores de oposição ao seu governo que acreditam neste mito) sua política econômica assegurou a transformação do real numa moeda forte. Ora Fernando, sejamos cordatos: chamar uma moeda que começou em 1994 valendo 0,85 centavos por dólar e mantendo um valor falso até 1998, quando o próprio FMI exigia uma desvalorização de pelo menos uns 40% e o seu ministro da economia recusou-se a realizá-la “pelo menos até as eleições”, indicando assim a época em que esta desvalorização viria e quando os capitais estrangeiros deveriam sair do país antes de sua desvalorização. O fato é que quando você flexibilizou o cambio o real se desvalorizou chegando até a 4,00 reais por dólar. E não venha por a culpa da “ameaça petista” pois esta desvalorização ocorreu muito antes da “ameaça Lula”. ORA, UMA MOEDA QUE SE DESVALORIZA 4 VEZES EM 8 ANOS PODE SER CONSIDERADA UMA MOEDA FORTE? Em que manual de economia? Que economista respeitável sustenta esta tese?
[quem quiser entender melhor este "outro mito incrível" do parágrafo acima, há um ótimo livro, bastante esclarecedor que é "Cabeças de Planilha" escrito por Luis Nassif, clique aqui e leia um pouco do livro cedido pelo próprio Nassif]
Conclusões: O plano Real não derrubou a inflação e sim uma deflação mundial que fez cair as inflações no mundo inteiro. A inflação brasileira continuou sendo uma das maiores do mundo durante o seu governo. O real foi uma moeda drasticamente debilitada. Isto é evidente: quando nossa inflação esteve acima da inflação mundial por vários anos, nossa moeda tinha que ser altamente desvalorizada. De maneira suicida ela foi mantida artificialmente com um alto valor que levou à crise brutal de 1999. [Não deixe de ler o livro do Nassif para saber o porquê deles terem mantido nesse valor, vão adorar quando descobrirem o motivo]


2 - O segundo Mito: 

Segundo mito – Segundo você, o seu governo foi um exemplo de rigor fiscal. Meu Deus: um governo que elevou a dívida pública do Brasil de uns 60 bilhões de reais em 1994 para mais de 850 bilhões de dólares quando entregou o governo ao Lula, oito anos depois, é um exemplo de rigor fiscal? Gostaria de saber que economista poderia sustentar esta tese. Isto é um dos casos mais sérios de irresponsabilidade fiscal em toda a história da humanidade.

E não adianta atribuir este endividamento colossal aos chamados “esqueletos” das dívidas dos estados, como o fez seu ministro de economia burlando a boa fé daqueles que preferiam não enfrentar a triste realidade de seu governo. Um governo que chegou a pagar 50% ao ano de juros por seus títulos para, em seguida, depositar os investimentos vindos do exterior em moeda forte a juros nominais de 3 a 4%, não pode fugir do fato de que criou uma dívida colossal só para atrair capitais do exterior para cobrir os déficits comerciais colossais gerados por uma moeda sobrevalorizada que impedia a exportação, agravada ainda mais pelos juros absurdos que pagava para cobrir o déficit que gerava.

Este nível de irresponsabilidade cambial se transforma em irresponsabilidade fiscal que o povo brasileiro pagou sob a forma de uma queda da renda de cada brasileiro pobre. Nem falar da brutal concentração de renda que esta política agravou drasticamente neste pais da maior concentração de renda no mundo. Vergonha, Fernando. Muita vergonha. Baixa a cabeça e entenda porque nem seus companheiros de partido querem se identificar com o seu governo… te obrigando a sair sozinho nesta tarefa insana.


3 - O terceiro Mito:  

Terceiro mito – Segundo você, o Brasil tinha dificuldade de pagar sua dívida externa por causa da ameaça de um caos econômico que se esperava do governo Lula. Fernando, não brinca com a compreensão das pessoas. Em 1999 o Brasil tinha chegado à drástica situação de ter perdido TODAS AS SUAS DIVISAS. Você teve que pedir ajuda ao seu amigo Clinton que colocou à sua disposição uns 20 bilhões de dólares do tesouro dos Estados Unidos e mais uns 25 BILHÕES DE DÓLARES DO FMI, Banco Mundial e BID. Tudo isto sem nenhuma garantia.

Esperava-se aumentar as exportações do pais para gerar divisas para pagar esta dívida. O fracasso do setor exportador brasileiro mesmo com a espetacular desvalorização do real não permitiu juntar nenhum recurso em dólar para pagar a dívida. Não tem nada a ver com a ameaça de Lula. A ameaça de Lula existiu exatamente em consequência deste fracasso colossal de sua política macroeconômica. Sua política externa submissa aos interesses norte-americanos, apesar de algumas declarações críticas, ligava nossas exportações a uma economia decadente e um mercado já ocupado. A recusa dos seus neoliberais de promover uma política industrial na qual o Estado apoiava e orientava nossas exportações. A loucura do endividamento interno colossal. A impossibilidade de realizar inversões públicas apesar dos enormes recursos obtidos com a venda de uns 100 bilhões de dólares de empresas brasileiras. Os juros mais altos do mundo que inviabilizavam e ainda inviabilizam a competitividade de qualquer empresa.

Enfim, UM FRACASSO ECONOMICO ROTUNDO que se traduzia nos mais altos índices de risco do mundo, mesmo tratando-se de avaliadoras amigas. Uma dívida sem dinheiro para pagar… Fernando, o Lula não era ameaça de caos. Você era o caos. E o povo brasileiro correu tranquilamente o risco de eleger um torneiro mecânico e um partido de agitadores, segundo a avaliação de vocês, do que continuar a aventura econômica que você e seu partido criaram para este país.

Gostaria de destacar a qualidade do seu governo em algum campo mas não posso fazê-lo nem no campo cultural para o qual foi chamado o nosso querido Francisco Weffort (neste então secretário geral do PT) e não criou um só museu, uma só campanha significativa. Que vergonha foi a comemoração dos 500 anos da “descoberta do Brasil”. E no plano educacional onde você não criou uma só universidade e entrou em choque com a maioria dos professores universitários sucateados em seus salários e em seu prestígio profissional. Não Fernando, não posso reconhecer nada que não pudesse ser feito por um medíocre presidente.

Lamento muito o destino do Serra. Se ele não ganhar esta eleição vai ficar sem mandato, mas esta é a política. Vocês vão ter que revisar profundamente esta tentativa de encerrar a Era Vargas com a qual se identifica tão fortemente nosso povo. E terão que pensar que o capitalismo dependente que São Paulo construiu não é o que o povo brasileiro quer. E por mais que vocês tenham alcançado o domínio da imprensa brasileira, devido suas alianças internacionais e nacionais, está claro que isto não poderia assegurar ao PSDB um governo querido pelo nosso povo. Vocês vão ficar na nossa história com um episódio de reação contra o verdadeiro progresso que Dilma nos promete aprofundar. Ela nos disse que a luta contra a desigualdade é o verdadeiro fundamento de uma política progressista. E dessa política vocês estão fora.

Apesar de tudo isto, me dá pena colocar em choque tão radical uma velha amizade. Apesar deste caminho tão equivocado, eu ainda gosto de vocês ( e tenho a melhor recordação de Ruth) mas quero vocês longe do poder no Brasil. Como a grande maioria do povo brasileiro. Poderemos bater um papo inocente em algum congresso internacional se é que vocês algum dia voltarão a frequentar este mundo dos intelectuais afastados das lides do poder.

Com a melhor disposição possível mas com amor à verdade, me despeço
thdossantos@terra.com.br

(*) Theotonio Dos Santos é Professor Emérito da Universidade Federal Fluminense, Presidente da Cátedra da UNESCO e da Universidade das Nações Unidas sobre economia global e desenvolvimentos sustentável. Professor visitante nacional sênior da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 



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sábado, 23 de outubro de 2010

PIB em alta no Brasil - poderá ser o maior em 30 anos.

23/10/2010 - 08:27h 

O PIB é revisto para cima e uma enxurrada de investimentos dá o tom de uma fase de expansão inédita no País.



Amauri Segalla e Adriana Nicacio – ISTOÉ

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R$ 100 BILHÕES
é quanto o brasileiro vai gastar no Natal de 2010, Para atender à demanda,
shoppings como o Pátio Higienópolis antecipam decoração e promoções
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Na semana passada, saíram as novas projeções para o crescimento do Brasil em 2010. De acordo com estimativas do governo, de consultorias especializadas e de organizações como o Fundo Monetário Internacional, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pode aumentar até 8% em 2010. Se o número se confirmar – e é muito provável que se confirme –, significará o maior salto econômico em três décadas. Sob qualquer ponto de vista, trata-se de um resultado extraordinário. Entre os emergentes, é a terceira melhor marca, atrás apenas de China, imbatível nesse quesito, e Índia. Na comparação com a média de desempenho do PIB mundial (alta de 4,8% em 2010), o indicador brasileiro chega a ser quase duas vezes maior. Uma escalada dessa magnitude oferece a milhões de brasileiros um inédito campo de oportunidades. O Brasil vai gerar em 2010 algo como 2,5 milhões de empregos, quase um Uruguai inteiro. Até o fim do ano, o valor que a população vai gastar na compra de bens de consumo chegará a R$ 2,2 trilhões, uma disparada de 22% ante 2009. Não à toa, o varejo espera para dezembro o melhor Natal da história. No período, o comércio deve movimentar R$ 100 bilhões, o que vai exigir um aumento de 60% na compra de insumos e produtos importados para atender à brutal alta da demanda. Dados superlativos como esses fizeram com que o Brasil deixasse de exercer um papel coadjuvante no palco econômico global. Hoje, o País é uma potência planetária, capaz de influenciar no jogo de forças entre as nações. “O Brasil passou para a liderança do crescimento mundial”, disse à ISTOÉ o ministro da Fazenda, Guido Mantega (leia entrevista).
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Qualquer que seja o resultado das eleições, o próximo presidente terá uma imensa responsabilidade sobre seus ombros. O Brasil potência, algo sonhado por gerações, enfim se tornou uma realidade. Obviamente, há um longo caminho até o País eliminar por completo seus problemas, mas as recentes conquistas não podem ser obliteradas. “O maior desafio do Brasil é a sustentação do crescimento”, diz Paulo Nogueira Batista Júnior, diretor-executivo pelo Brasil e mais oito países no FMI. “Depois de 20 anos, o nosso maior objetivo passou a ser o desenvolvimento”, afirma Roberto Padovani, economista e estrategista sênior do banco WestLB. Investidores internacionais já demonstraram preocupação quanto a um possível rompimento da política econômica atual. Na ótica desse grupo, um cenário de continuidade assegura a manutenção do inédito ciclo de expansão verificado no País.
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R$ 100 BILHÕES
é quanto o brasileiro vai gastar no Natal de 2010, Para atender à demanda,
shoppings como o Pátio Higienópolis antecipam decoração e promoções
Nestes dias em que as discussões políticas estão exacerbadas, a questão econômica foi incorretamente deixada de lado, mas é ela que, afinal de contas, influi na vida das pessoas. É o aumento da renda, que desde 1990 cresceu 163% no País, que permite que os brasileiros comprem mais, realizem seus sonhos ou poupem para assegurar um futuro sem sobressaltos. Ao comprar mais ou guardar dinheiro no banco, os brasileiros proporcionam lucros para as empresas e instituições financeiras – que, capitalizadas, contratam mais, investem mais, geram riqueza para o País.
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“A General Motors vai investir R$ 2 bilhões no Brasil em 2011”
Jaime Ardila, presidente da GM para a América do Sul
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Para a maioria dos analistas, existe uma diferença clara entre o desenvolvimento atual e o milagre econômico da década de 70 do século passado. Pela primeira vez, o crescimento não está associado à inflação (nos anos 1970, os preços subiam acima de dois dígitos a cada 12 meses. Em 2010, o índice inflacionário oficial deve ser de 5,2%). Com a estabilidade associada ao aumento da renda e à oferta abundante do crédito, o País deu novo fôlego ao seu mercado interno. Em poucos lugares do mundo a aviação cresce como no Brasil, em torno de 30% ao ano. Detalhe: na Europa, as maiores empresas do setor enfrentam uma crise sem precedentes e nos Estados Unidos espera-se um aumento inferior a 5% na venda de passagens em 2010. O mercado brasileiro é tão forte que a americana Boeing, em parceria com a Gol, decidiu instalar em Belo Horizonte seu centro de tecnologia e manutenção de aeronaves para todas as companhias da América Latina.
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30%
é quanto deve crescer o mercado aéreo brasileiro em 2010,
marca não repetida por nenhum outro país
Na indústria automobilística, a expansão do mercado brasileiro só pode ser comparada ao desempenho chinês. De janeiro a agosto de 2010, foram vendidos no País 2,077 milhões de carros, 8,4% a mais que no mesmo período de 2009. Como resultado, o Brasil alcançou um feito tão surpreendente quanto simbólico: ultrapassou no ranking mundial a Alemanha, país-sede de gigantes como Volkswagen, Mercedes-Benz e BMW, e ficou atrás apenas de China, Estados Unidos e Japão. O interessante é que o mercado nacional não se destaca apenas no volume de vendas, mas também na qualidade do que é fabricado por aqui. Montadoras como General Motors e Fiat fizeram do Brasil uma plataforma mundial de desenvolvimento de produtos, que são inteiramente concebidos em território brasileiro para depois serem levados para a Europa e os Estados Unidos. Essa nova fase da indústria exige intensos aportes financeiros. Juntas, as principais fabricantes de carros instaladas no Brasil vão desembolsar cerca de R$ 20 bilhões nos próximos cinco anos no País, dinheiro que será revertido principalmente na ampliação e manutenção das plantas industriais. “Apenas em 2011 vamos investir R$ 2 bilhões no Brasil”, diz Jaime Ardila, presidente da GM para a América do Sul.
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A pujança fez com que o Brasil passasse a ser cobiçado por investidores estrangeiros. A recente crise financeira global inverteu uma histórica equação no tabuleiro econômico mundial. Acredite: para uma corporação multinacional, tem sido mais fácil ganhar dinheiro no Brasil do que nos países de origem. Na semana passada, a Coca-Cola, a empresa mais globalizada do planeta, divulgou seu balanço. No terceiro trimestre de 2010, as vendas no Brasil cresceram 13% – mais do que em qualquer outro lugar onde a gigante de bebidas está presente. É covardia comparar a performance brasileira da companhia com o restante do mundo, que registrou alta de 5% nas vendas de refrigerantes. Empresas-símbolo em seus países faturam por aqui tanto quanto em suas próprias casas. A americana Avon igualou sua receita obtida no Brasil com o faturamento alcançado nos Estados Unidos. Nos dois casos, o número é de US$ 1,8 bilhão. Entre as 150 operações da alemã Nivea no mundo, a de melhor desempenho é a subsidiária brasileira. “Desde 1999 a economia brasileira faz as mesmas coisas em termos de combate à inflação e equilíbrio de contas públicas”, diz Robson Gonçalves, economista e professor da FGV Management. “Por isso, logo ficou claro que as regras do jogo são essas e que não vão mudar. Como resultado, as oportunidades de negócio no Brasil passaram a chamar a atenção de quem está lá fora.” Em 2003, o investimento direto estrangeiro no Brasil totalizou US$ 18,9 bilhões. Em 2010, esse número deve superar a marca dos US$ 30 bilhões.
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“O Brasil lidera o crescimento mundial”
Em entrevista exclusiva, o ministro da Fazenda, Guido Mantega,
diz que o Brasil serve de exemplo até para os Estados Unidos

Por Octávio Costa e Adriana Nicacio
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“A economia mundial vai crescer graças aos emergentes”

ISTOÉ – O Brasil é exceção no mundo em crise?
Guido Mantega – A América Latina é destaque na economia mundial, com o Brasil irradiando o crescimento para a Argentina, o Uruguai e outros países. Nós estamos importando de nossos vizinhos e estamos estimulando essas economias. Éramos o patinho feio. Ficávamos atrás dos emergentes, porque éramos o país da promessa. No semestre, nós crescemos 8,9%, a segunda maior evolução entre os países do G-20, atrás apenas da China. A economia mundial vai crescer 4,5% graças aos países emergentes chamados dinâmicos.

ISTOÉ – O Nobel Paul Krugman insiste para que os EUA tomem medidas de estímulo ao crescimento, como o Brasil. Há espaço para isso?
Mantega
– Eu acho. Numa reunião do FMI, há duas semanas, eu falei para o Ben Bernanke, do FED, e o Timothy Geithner (secretário do Tesouro) que só a política monetária expansionista não resolve, porque a economia americana está apática. Não adianta colocar crédito. Se não há mercado, o empresário não toma o crédito. Eles baixam a taxa de juros, que está quase zero, o crédito fica empoçado e os investidores vêm para o Brasil. Lá eles ganham 0,36% por ano. Aqui, no mínimo, 10,75%. Os EUA têm que estimular a demanda como nós fizemos no Brasil.

ISTOÉ
– Qual é a receita de crescimento do Brasil?
Mantega – O papel do Estado é muito importante. Temos que baratear o custo do financiamento. Nós fizemos várias leis, como a do crédito consignado, que facilita o acesso para o trabalhador. A alienação fiduciária também é importante, pois sem ela não haveria financiamento de automóvel. Aperfeiçoamos o setor de construção e estamos mantendo a isenção do IPI para material de construção, sem falar na política de desoneração do investimento, do consumo e da cesta básica. Aumentamos o investimento em infraestrutura. Foi fundamental a expansão do mercado interno. Crescemos com geração de emprego e investimos em agricultura familiar. O País era insignificante e hoje figura entre os líderes do crescimento mundial.

ISTOÉ – Qual foi o papel do mercado interno no crescimento?
Mantega – Sem dúvida, o Brasil é um dos poucos países onde há ascensão dos mais pobres. Criamos um mercado consumidor forte, com redução das classes mais baixas e aumento das classes C, B e A. É uma política que diminui o conflito social, porque o governo não está tirando do rico e dando para o pobre. Dá melhores condições para todas as classes. Em 2003, as classes A e B eram formadas por 13 milhões de pessoas. Em 2010, o total de brasileiros nessa faixa de renda pulou para 31 milhões. Nesse mesmo período, a população da classe C subiu de 66 milhões para 104 milhões. É impressionante. Mais de 50 milhões de pessoas subiram de classe social.

ISTOÉ – Como se explica a ascensão social?
Mantega
– Colocamos o equivalente a uma França inteira em novos patamares de consumo. O que não conseguiríamos só com programas sociais nem com transferência de renda. Vocês sabem o que são 50 milhões de pessoas? A ordem é assim. Vem em primeiro lugar a criação de empregos. O Brasil já é, por exemplo, o segundo maior mercado da Nestlé. E começa a ser o segundo maior, o terceiro maior para uma série de empresas estrangeiras. A pesquisa do comércio varejista de agosto mostra um crescimento no mês de 2%. Se anualizarmos, haverá um crescimento de 24% no varejo. São números maiores do que os da China.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

PAC2 lançado em março de 2010 prevê obras para Goiás a partir de 2011

Antes que tentem plagiar os projetos, segue abaixo parte do que está previsto vir para Goiás por meio do PAC2, criado no Governo Lula pela Ministra Casa Civil Dilma Roussef e divulgado no dia 29 de março, portanto sete meses antes das eleições. Desse modo, independentemente de quem seja eleito em Goiás para Governador em 2010, estas obras acontecerão, pois é planejamento do Governo Federal, para obras a partir de 2011, isso, se caso Dilma vença.


PAC 2 beneficiará Goiás com ferrovias, rodovias, alcoolduto e irrigação
SEPLAN-GO
30/10/2010

A fase dois do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), lançada na segunda-feira (29/3) pelo governo federal e que contou com a presença do governador Alcides Rodrigues Filho, assegura benefícios para Goiás em diversas áreas, especialmente nos segmentos de logística, com:
  • continuidade das Ferrovias Norte-Sul e Integração Centro-Oeste;
  • a duplicação de rodovias federais;
  • geração de energia elétrica;
  • construção do alcoolduto que ligará Goiás a São Paulo;
  • a continuidade dos projetos públicos de irrigação.
Além disso, Goiás deverá ter relevante soma de recursos para investimentos em habitação popular, saneamento básico e saúde.

Embora sem detalhamento de valores para cada um dos Estados, o PAC 2 prevê investimentos vultosos em todo o País. No quadriênio 2011-2014, está prevista a aplicação de R$ 958,9 bilhões. Outros R$ 631,1 bilhões serão investidos a partir de 2015, totalizando recursos de R$ 1,59 trilhão. 
As obras incluídas no PAC 1 não fazem parte do novo pacote de investimentos, devendo ficarem prontas até o fim de 2010 e ao longo de 2011, com recursos já assegurados fase um do programa.[veja transição slides abaixo]

Se preferir baixe o PDF clicando aqui.
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Para o secretário do Planejamento e Desenvolvimento, Oton Nascimento Júnior, o Estado de Goiás tem a garantia de que continuará recebendo investimentos públicos e privadas nos próximos quatro anos, consolidando sua logística, tornando-se um dos mais competitivos Estados do País. “A conclusão da Ferrovia Norte-Sul passando pelo Sudoeste de Goiás e chegando a São Paulo, a construção da Ferrovia de Integração Uruaçu (GO)/Lucas do Rio Verde (MT), a duplicação de trechos rodoviários e a construção do alcoolduto vão fazer de Goiás um grande entroncamento logístico, com imensas vantagens competitivas tanto no mercado interno quanto no exterior”, ressalta Oton.


Principais obras

No documento divulgado pelo governo Federal, Goiás está contemplado com obras importantes, principalmente no campo da infra-estrutura econômica, mas também nas áreas sociais como habitação e saneamento. O PAC 2 incluiu:
  • a pavimentação da Rodovia BR- 080, que liga Uruaçu a Luís Alves do Araguaia (cerca de 20 quilômetros no trecho São Miguel-Luís Alves já estão pavimentados);
  • a duplicação da BR-153 no contorno da cidade de Anápolis;
  • a duplicação da BR-060, de Goiânia a Jataí.


Ainda no setor da logística, o PAC 2 prevê:
  • a conclusão das obras da Ferrovia Norte-Sul, em especial do Ramal Sudoeste, ligando Ouro Verde de Goiás a São Simão, beneficiando todo o Sudoeste do Estado e seguindo para Minas Gerais e São Paulo.
  • a construção da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, saindo da Ferrovia Norte-Sul em Uruaçu e chegando até Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso. 

No segmento de combustíveis renováveis, foi incluída:
  • a ampliação do alcoolduto São Sebastião (SP)-Senador Canedo (GO), passando por Paulínia em São Paulo, Triângulo Mineiro e Sul de Goiás até Senador Canedo.

No setor energético, foram listadas a construção:
  • da Usina Hidrelétrica Porteiras (na divisa de Goiás com Minas),
  • a Usina Termelétrica Codora, a partir da queima do bagaço da cana-de-açúcar
  • a construção de linhas de transmissão de energia elétrica interligando as regiões Norte e Sudeste de Goiás a outras linhas-tronco de distribuição.

No campo da irrigação, o PAC 2 contempla:
  • os projetos de irrigação Luís Alves do Araguaia (fase C),
  • Flores de Goiás (construção de barragens)
  • Campo Alegre (construção da barragem do Ribeirão Imburuçu), cujo projeto já está pronto aguardando apenas os recursos para início da obra.

Saneamento básico e habitação popular também são áreas que terão investimentos maciços no âmbito do PAC 2.
  • O governo do Estado já trabalha com a perspectiva de obter ao menos R$ 7 bilhões para moradia, de um total superior a R$ 278 bilhões a serem investidos no País no triênio 2011-2014, conforme anúncio do governo federal. 
  • Quanto ao saneamento básico, o PAC 2 prevê recursos para a construção da adutora do sistema João Leite, além de ampliação e melhoria de sistemas de abastecimento de água e esgoto sanitário em várias localidades de Goiás. 

Para Oton Nascimento, todos esses investimentos manterão Goiás como um imenso canteiro de obras, gerando mais emprego e renda, culminando com a melhoria da qualidade de vida da população.


Fonte:
Caso não encontre a notícia no site da SEPLAN clique aqui e baixe um PDF da notícia postada.