domingo, 28 de novembro de 2010

Viver como ex-Presidente

Quando entrar para o grupo dos ex-presidentes da República, a partir de janeiro do próximo ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda poderá contar com oito funcionários públicos a seu dispor.
 
A lista de itens aos quais os ex-presidentes têm direito inclui quatro seguranças e dois motoristas treinados pelo Gabinete de Segurança Institucional, além de dois carros oficiais. Lula, assim como os outros que o antecederam, também terá outros dois assessores. Todos os funcionários são custeados pela Presidência da República e lotados na Casa Civil e receberão gratificações além de seus salários básicos.

Os presidentes não recebem nenhum tipo de pensão quando deixam o cargo. Em caso de morte, contudo, as viúvas têm direito a uma pensão equivalente às das viúvas de ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O valor é o mesmo do salário de um ministro do Supremo, atualmente R$ 26.723,13, e é vitalício. A viúva não poderá acumular esse rendimento com nenhum outro tipo de pensão pago pela União, podendo escolher com qual ficará, se for o caso.

Ao todo, dois decretos presidenciais e um do Congresso Nacional regulamentam os benefícios aos quais os presidentes da República têm direito quando deixam o cargo. O primeiro, de 1986, do Congresso, promulgado pelo então presidente do Senado José Fragelli. O segundo decreto foi assinado pelo então presidente Fernando Collor de Melo, em janeiro de 1992. O último decreto foi do presidente Lula, em 2008. Todos eles se complementam e redundam na regulamentação dos mesmos benefícios.

O Brasil tem atualmente quatro ex-presidentes da República vivos: José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. Todos eles participam ainda ativamente da vida política do país.

Os dois primeiros são senadores da República, sendo Sarney presidente do Senado Federal. Itamar Franco também venceu as últimas eleições para a casa legislativa e assume o cargo de senador a partir de janeiro. Apesar de não exercer nenhum cargo eletivo, Fernando Henrique Cardoso atuou com seu partido, o PSDB, nas últimas eleições presidenciais.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Olha só do que escapamos - Serra bolinha de papel, o "jestor"

[Só lendo PHA para aguentar notícias sobre zé bolinha de papel serra. E ele ainda conseguiu 40 milhões de votos! Ainda bem que ele não foi eleito.]


Na foto, os novos desafios do Casal Cerra


Saiu no Jornal Agora, pág. A3:


“Após inauguração (pré-eleitoral – PHA) da nova Marginal, do trecho sul do Robanel dos Tunganos (PHA) e da Jacu-Pêssego, pico de trânsito passou de 104,5 km para 99,3 km (e nenhum paulista faz revolução ! PHA).”

99,3 km de engarrafamento !!!

Com o dinheiro que o Padim Pade Cerra gastou para tentar – inutilmente – a Presidência da República – o Vesgo tinha mais chance do que ele – com esse dinheiro, segundo o único jornal que presta em São Paulo, seria possível fazer:

  • 45 km de metrô;
  • 60 km de monotrilho;
  • 360 km de corredores exclusivos de ônibus.

Segundo o engenheiro de tráfego Horácio Augusto Ferreira, citado pelo Agora, “jogaram o nosso dinheiro fora !”.

“Nos horários de pico, os congestionamentos já alcançaram os índices anteriores. Reduzir o trânsito em 6 km após gastar R$ 9 bilhões é uma ofensa”, diz ele.

Hoje, São Paulo tem 69 km de malha de metrô.

Os tucanos governam São Paulo há 16 anos.

O dinheiro que o Cerra jogou  no lixo (das empreiteiras) dava para construir 45 km !

E ainda querem governar o Brasil.

Cadê aqueles trens maravilhosos de metrô que o Gonzalez dizia que o Cerra ia instalar pelo Brasil afora, na campanha (enganosa) do horário eleitoral ?

Não tem jeito.

Ou o Padim Pade Cerra entra para a Opus Dei ou o futuro político dele está comprometido.

Só a Opus Dei o salvará (e a estadista chileno-brasileira, Monica Serra). (*)

(*) O casal Cerra, agora, precisa rapidamente reavaliar seus dogmas. O Papa, o Papa ! , defendeu a camisinha. O que dirá o Casal Cerra ?


Fontes:

domingo, 14 de novembro de 2010

Lula e o Brasil pós 2003, segundo Primeiro Ministro de Portugal

JOSÉ SÓCRATES

primeiro-ministro de Portugal

Lula era o homem certo; sem complexos ou desfalecimentos, o antigo sindicalista esperou e preparou longamente o encontro com o seu povo

Raros são os políticos que dão o seu nome a um tempo. Os “anos Lula” mudaram o Brasil. É outro país: mais desenvolvido economicamente, mais avançado tecnologicamente, mais justo socialmente, mais influente globalmente.

Uma democracia mais consolidada, uma sociedade mais coesa e mais tolerante. Sabemo-lo hoje: no Brasil, o século 21 começou em 1º de janeiro de 2003, o dia inaugural da Presidência de Lula.

Quero ser claro: Lula mostrou que a esquerda brasileira sabe governar. Causas, sim, mas competência também; princípios políticos, mas também eficácia técnica; realismo inspirado por ideais que nunca se perderam.

Este presidente, oriundo do PT, deu à esquerda brasileira credibilidade, modernidade, força e maturidade. A grande oportunidade da sua eleição não foi uma promessa incumprida ou um sonho desfeito.

Ao contrário, com Lula, a esquerda ganhou crédito e consistência; o Brasil, reputação e prestígio.

Sou testemunha das reservas, se não do ceticismo, com que a “intelligentzia” recebeu a eleição de Lula da Silva. Hoje, na hora do balanço, a descrença transmutou-se em aplauso; a expectativa, em admiração. É essa a “alquimia” Lula.
Os números falam por si: crescimento econômico, equilíbrio financeiro, reputação nos mercados, milhões de pessoas arrancadas à extrema pobreza, salto inédito na educação e na formação profissional, melhoria do rendimento que alargou e consolidou a classe média brasileira.

Lula era o homem certo. A sua história pessoal e política permitiu dar à esquerda uma nova atitude e ao Brasil um novo horizonte. Sem complexos e sem desfalecimentos, o antigo sindicalista esperou e preparou longamente o encontro com o seu povo. Se falhasse, não falharia apenas ele: falharia um ideal, um sonho, um projeto, esperança do tamanho de um continente.

Foi também nesses anos vitais que o Brasil se afirmou como o grande país que é. “Potência emergente”, como é habitual dizer, assume-se -e vai se assumir cada vez mais- como um dos grandes países que marcam o mundo contemporâneo. Pela sua grandeza e pela sua energia, tem tudo o que é necessário para isso.

Portugal tem orgulho deste grande país, com quem partilha uma língua, uma fraternidade, um passado, um presente e um futuro. Tudo isso queremos valorizar e projetar: aos sentimentos que nos unem, juntamos os interesses que nos são comuns; à memória conjunta associamos visão partilhada do futuro.

Para Portugal e para todos os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a importância do Brasil no mundo do século 21 é um motivo de alegria e uma riqueza imensa, com potencialidades em todos os planos: econômico, cultural, linguístico, político, geoestratégico.

A vida política de Lula é uma longa corrida feita com ritmo, esforço, persistência. As palavras que ocorrem são tenacidade e temperança, clássicas virtudes da política. Tenacidade para fazer de derrotas passadas vitórias futuras. Temperança que lhe ensinou a moderação, o equilíbrio e a responsabilidade que o tornaram o presidente que foi.

Na hora da despedida, quero prestar-lhe, em meu nome pessoal e em nome do governo português, uma homenagem feita de amizade, reconhecimento e admiração. Lembro os laços que firmamos, os projetos que comungamos, os encontros que tivemos, nos quais se revelou, invariavelmente, um grande amigo de Portugal.

Lembro, em especial, o trabalho que desenvolvemos para que durante a presidência portuguesa da União Europeia fosse possível a realização da primeira cúpula UE-Brasil, um ponto de viragem nas relações entre a Europa e o Brasil.

Na passagem do testemunho à presidente eleita, Dilma Rousseff, que felicito vivamente e a quem desejo as maiores felicidades, renovo a determinação de prosseguirmos juntos e reafirmo, na língua que nos é comum, o nosso afeto e a nossa gratidão. Mais do que nunca, “o meu Brasil é com “S’”. “S” de Silva.
Lula da Silva. Saravá!



JOSÉ SÓCRATES é o primeiro-ministro de Portugal. 
Fonte do post: Blog Leituras Favre
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terça-feira, 9 de novembro de 2010

O triste fim de FHC, por Mino Carta

FHC e a ambição exagerada para um pássaro que não voa

publicada terça-feira, 09/11/2010 às 11:08
atualizada terça-feira, 09/11/2010 às 11:08


O triste fim de FHC


por Mino Carta, na CartaCapital
via Escrevinhador - Rodrigo Vianna


Quem já leu um livro de Fernando Henrique Cardoso? É a pergunta que às vezes dirijo à plateia que, generosa além da conta, acompanha uma palestra minha. Que levante o braço quem leu. De quando em quando, alguém acena ao longe, por sobre e em meio a uma fuga de cabeças imóveis. Trata-se, obviamente, de uma pesquisa rudimentar. Tendo a crer, porém, que o príncipe dos sociólogos e ex-presidente não é tão lido quanto os jornalistas tucanos supõem.

É grande, isto sim, o número daqueles que lhe atribuem acertadamente a chamada “teoria da dependência”, objeto do ensaio escrito no Chile em parceria com o professor Enzo Falletto. Ali está uma crítica inexorável da burguesia nativa, incapaz, segundo a dupla de ensaístas, de agir por conta própria para tornar o Brasil um país contemporâneo do mundo.

Muitos anos após a publicação do livro, quando FHC ocupava a Presidência do País, eu me atrevi a perguntar aos meus botões se ele não estaria a provar a célebre teoria. Teria a oportunidade de demonstrar na prática seu teorema, pelo qual o Brasil é inescapavelmente destinado ao papel de dependente. Dos Estados Unidos, está claro. Ninguém como o presidente Fernando Henrique entendeu ser inevitável, ineludível, imperioso, cair nos braços do colega americano, no caso Bill Clinton.

Não me permito aventar a hipótese de que o nosso herói agiu em benefício próprio. Atendeu, legitimamente, isto sim, às suas convicções. A operação revela uma extraordinária habilidade política, a refletir seu incomum poder de sedução. A burguesia nativa encantou-se com aquele que recomendava o esquecimento de seu próprio passado, incapacitada, talvez, à comparação entre a teoria da dependência e a ação do presidente tucano, enquanto Bill escancarava os braços e oferecia o abrigo do ombro possante. Nem se fale do deleite da mídia: eis o presidente intelectual que o mundo nos inveja.

FHC é um encantador de serpentes. Plantou-se sobre o pedestal da estabilidade, obtida de início com a URV, enfim com o real, mérito indiscutível, premissa de progressos em espiral, que se renovam em uma espécie de estação de colheitas cada vez mais apressadas.

Trunfo notável, traído com a reeleição alcançada pela via da compra de votos para concretizar a emenda constitucional, e conduzida na campanha de 1998 à sombra da bandeira da estabilidade rasgada exatos 12 dias após a posse. Tanto em 94 quanto em 98, o obstinado Sapo Barbudo foi o adversário fadado à derrota, graças, inclusive, ao apoio maciço da mídia dos ainda influentes barões de longa vida e dos seus obedientes sabujos. Dá-se, inclusive, naquele 1998 vincado pela crise russa, um fenômeno peculiar: os patrões da mídia nativa passam a acreditar não somente nas promessas do seu candidato à reeleição, mas também nos seus colunistas que tão sofregamente o sustentam. Uma vez reeleito, FHC desvaloriza o real e deixa os senhores de tanga.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Já estão preparando o golpe? 2

Calando os Blogs, quem vai questionar a grande mídia, o famoso PIG (clique e leia sobre o PIG) na hora de darem o possível golpe?

A tramitação do AI-5 digital

Da CUT




Na calada da noite, avança projeto de deputado do PSDB para censurar internet e quebrar sigilo de internautas

Por: Luiz Carvalho,
no site da Cut
27/10/2010

No início de outubro, em um Congresso Nacional esvaziado enquanto o Brasil discute as eleições, o Projeto de Lei (PL) 84/99 do senador Eduardo Azeredo, do PSDB de José Serra, foi aprovado em duas comissões na Câmara.

Também conhecido como "AI-5 digital", uma referência ao Ato Institucional nº 5 que o regime militar baixou em 1968 para fechar o parlamento e acabar com a liberdade de expressão, o PL permite violar os direitos civis, transfere para a sociedade a responsabilidade sobre a segurança na internet que deveria ser das empresas e ataca a inclusão digital.

O projeto de Azeredo passa também a tratar como crime sujeito a prisão de até três anos a transferência ou fornecimento não autorizado de dado ou informação. Isso pode incluir desde baixar músicas até a mera citação de trechos de uma matéria em um blog.

Conheça os principais pontos do projeto do Azeredo.

1. Quebra de sigilo
Ironicamente, o PL do parlamentar ligado ao partido que se diz vítima de uma suposta quebra de sigilo nas eleições, determina que os dados dos internautas possam ser divulgados ao Ministério Público ou à polícia sem a necessidade de uma ordem judicial. Na prática, será possível quebrar o sigilo de qualquer pessoa sem autorização da Justiça, ao contrário do que diz a Constituição.

2. Internet para ricos
Azeredo quer ainda que os provedores de acesso à Internet e de conteúdo (serviços de e-mail , publicadores de blog e o Google) guardem o registro de toda a navegação de cada usuário por três anos, com a origem, a hora e a data da conexão.

Além de exemplo de violação à privacidade, o projeto deixa claro: para os tucanos, internet é para quem pode pagar, já que nas redes sem fio que algumas cidades já estão implementando para aumentar a inclusão digital, várias pessoas navegam com o mesmo número de IP (o endereço na internet).

3. Ajudinha aos banqueiros – Um dos argumentos do deputado ficha suja reeleito em 2010 – responde a ação penal por peculato e lavagem ou ocultação de bem –, é que o rastreamento das pessoas que utilizam a internet ajudará a acabar com as fraudes bancárias. Seria mais eficaz que os bancos fossem obrigados a adotar uma assinatura digital nas transações para todos os clientes. Mas, isso geraria mais custos aos bancos e o parlamentar não quer se indispor com eles.

O que acontece agora?
Atualmente, o "PL Azeredo" tramita na Câmara de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara e aguarda a posição do relator Júlio Semeghini, do PSDB-RJ.

A má notícia é que foi esse deputado que garantiu, em outubro de 2009, que o projeto aguardaria o desenrolar dos debates para seguir tramitando. Mas, Semeghini fez o contrário do prometido e tocou o projeto adiante.

Com a provável aprovação, a última alternativa para evitar que vire lei e acabe com a democracia digital no Brasil será o veto do próximo presidente.

Aproveite e leia sobre Já estão preparando o Golpe?1


Fonte:

Já estão preparando o Golpe? 1

Em 1955, durante a disputa presidencial, o PSD, partido que Vargas fundara uma década antes, lançou o nome de Juscelino Kubitscheck à Presidência da República. Na disputa para vice-presidente, que na época ocorria em separado da corrida presidencial, a chapa apresentou o ex-ministro do Trabalho do governo Vargas, João Goulart, do PTB, sigla pela qual o ex-presidente havia sido eleito em 1950.

Setores mais radicais da UDN, representados pelo jornalista Carlos Lacerda, receosas de que a vitória de Juscelino Kubitscheck e Jango pudesse significar um retorno da política varguista, passaram a pedir a impugnação da chapa.Lacerda chegou a declarar, na época, que:

"esse homem [Juscelino Kubitscheck] não pode se candidatar; se se candidatar não poderá ser eleito; se for eleito não poderá tomar posse; se tomar posse não poderá governar"

Fonte: Educação UOL


Eh! Parece que este ano tudo se repete, leia abaixo:
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A proposta de Demóstenes para substituição do presidente

Por Adriano De Bortoli

A proposta do Senador Demósteses, do Partido Democrata (?) é, no mínimo, estranha.

Elimina o vice-presidente, conferindo-lhe papel exclusivo de substituição provisória. Ignora que o vice é eleito na mesma chapa do Presidente. Tem o mesmo número de votos e, muitas vezes, é fundamental para a eleição da chapa.

É quase parlamentarismo? O impeacheament fica mais parecido com a moção de desconfiança desses regimes. Tira um e muda tudo. Eleições logo na sequência e o mesmo movimento que tirou sobe ao poder.

O ponto alto, do ponto de vista democrático (claro, da democracia dos democratas, né!) é a eleição indireta pra Presidente? Voltaríamos ao Colégio Eleitoral?

Em resumo, é uma porposta que avança para trás.

Da Agência Brasil

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou hoje (3) uma proposta de emenda à Constituição que trata das novas regras de substituição do presidente da República para o caso de vacância do cargo.

O substitutivo do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), aprovado em votação simbólica na comissão, prevê que em caso deimpeachment, morte, doença grave, ou outro fato que caracterize a vacância na Presidência da República, novas eleições serão convocadas em até 90 dias.

O texto também diz que se faltarem menos de dois anos para o fim do mandato, as novas eleições devem ser convocadas em 30 dias. Para o caso de vacância com menos de 15 meses para acabar o governo, o novo presidente será escolhido por meio de eleição indireta pelo Congresso Nacional.

Pelo substitutivo, o vice assumirá a Presidência apenas interinamente, ficando no cargo até a escolha do novo presidente.

Edição: Aécio Amado

[Se aprovada a lei este ano, e é o que vão tentar fazer, ela valerá já para ano que vem... aí bastará a oposição inventar mais outra crise contra Dilma. Como eles têm a mídia (o PIG, leia aqui)  a seu favor, a população sempre cairá nas armações deles é só lembrar das "estórias" contadas  pela mídia este ano que levaram ao segundo turno. Aí, sob a tutela do TSE - via Sandra Cureau, clique aqui contra Dilma e aqui a favor de Serra - e do STF - via Gilmar Mendes, clique aqui e saiba sobre - eles conseguirão derrubá-la via impeacheament provocando assim novas eleições para os próximos 90 dias... e está aí... completado o golpe...

[Refazendo a famosa frase de Lacerda que foi citada acima, mas de modo neo-atualizada temos:]

"essa mulher [Dilma] não pode se candidatar; se se candidatar não poderá ser eleita; se for eleita não poderá tomar posse; se tomar posse não poderá governar"

neo-golpistas de do século 21
[PS. Ela já foi eleita, falta tomar posse e tentar governar... é esperar para ver...]


Fonte do Post:


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Dilma ganhou em 70% dos municípios brasileiros

por Jose Roberto de Toledo – VOX PÚBLICA

Dilma Rousseff (PT) venceu em 3.878 municípios brasileiros no segundo turno. José Serra (PSDB) venceu em 1.686. Em porcentagem: 70% a 30% para a petista. Como ela teve 56% dos votos válidos, a desproporção se explica pela maciça vitória de Dilma nas pequenas cidades (de todo o país, menos de São Paulo), e pelo equilíbrio dos dois nas cidades grandes e médias.

Em branco por desistência

Comparados aos do primeiro turno, os percentuais de votos em branco no segundo turno foram menores em todas as regiões. Seria natural que o percentual aumentasse, já que havia menos opções de candidatos para os eleitores.

É mais um indicativo de que as seis votações seguidas na urna eletrônica atrapalham o eleitor e levam não poucos a anular ou votar em branco em vez de no candidato a presidente de sua preferência.


Voto errado é diferente de voto nulo

No Nordeste, o percentual de votos nulos no segundo turno foi quase metade do que no primeiro turno (4,67% a 8,02%). A diminuição da taxa indica que pelo menos 1 milhão de eleitores nordestinos erraram o voto para presidente no primeiro turno, provavelmente por terem que votar seis vezes e numa ordem que deixa o voto presidencial por último. Congresso e Justiça eleitoral deveriam mudar a ordem esdrúxula de votação.


Bicadas fluminenses

Por que Serra não cobra Índio da Costa e o DEM como, implicitamente, fez com Aécio Neves (PSDB)? Diferença por diferença, foi praticamente igual no Rio de Janeiro e em Minas Gerais sua distância em relação a Dilma: 1,797 milhão de votos entre os mineiros contra 1,710 milhão entre os fluminenses. Proporcionalmente, a derrota no Rio foi maior.

A resposta tem a ver com o futuro e não com o passado.

Será curioso ver quem o PSDB preferirá seguir: um senador eleito de 50 anos que fez o governador do segundo maior colégio eleitoral do país, ou um candidato derrotado duas vezes a presidente, de 68 anos, que ficou sem cargo e terá que negociar espaço com uma liderança emergente (Geraldo Alckmin) em seu Estado natal.
 

1 COMENTÁRIO PARA "Dilma ganhou em 70% dos municípios brasileiros":

Comentado por paulo chacon em 03/11/2010 - 13:48h:
DILMA GANHOU EM 70% DOS MUNICÍPIOS DO BRASIL.
Isto joga por terra o preconceito paulista/paulistano de que foi graças ao nordeste que a Dilma venceu. Na verdade, ela só perdeu na maioria dos municípios de São Paulo. São Paulo é a vanguarda do atraso. Possui uma classe “mérdia” reacionária e preconceituosa. O paulista /paulistano gosta de pedágios mais caros do mundo, gosta de congestionamentos, gosta de enchentes, gosta de escolas e hospitais públicos abandonados, gosta de segurança pública comandada pelo PCC, gosta de roubalheira no metrô, dersa e rouboanel, ops, rodoanel, enfim , gosta de serra, alckimin e fhc.




Fonte do Post:

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Brasil, um país de elite e diplomados preconceituosos

A campanha sórdida de Serra, o seu partido e a mídia nativa nesta eleição serviu para mostrar de vez o quão preconceituosos são os Brasileiros. Seja pelo preconceito aos homossexuais, aos ateus, aos que apoiam o aborto, aos nordestinos, aos pobres, aos que tem pouco estudos, etc... Foram tantos e-mails de baixo nível que recebi que dá dó em saber que pensam assim, mesmo que não tenham escritos tais e-mails, mas pelo simples fato de terem replicados implica que concordam. O que mais decepciona é a constatação que quanto mais estudos as pessoas têm mais preconceituosa elas são... isso sim é de assustar... o conhecimento que estas pessoas adquiriram ao invés que libertá-las e torná-las mais abertas às diferenças que existem em uma sociedade, fez justamente o contrário... isso me faz ter a certeza que o Brasil é um país de diplomados e não de conhecedores e muito menos de sábios... que belo exemplo e futuro estamos garantindo aos nossos jovens... 

Ataques ao Nordeste surgem na web após vitória de Dilma, o interessante é que ela venceria mesmo sem computar os votos da região norte e nordeste...


publicado em 02/11/2010, às 13h05:
do portal R7 notícias
 

 

Preconceito chega ao topo dos assuntos mais comentados do Twitter


Divulgação

Dilma em carreata em Minas Gerais, onde ela abriu 1,7 milhão de votos sobre o tucano José Serra

Wanderley Preite Sobrinho e Amanda Polato, do R7

A vitória da petista Dilma Rousseff nas eleições presidenciais de domingo (31) desencadeou uma onda de preconceito contra nordestinos na internet. O que os responsáveis por transformar esses ataques no assunto mais comentado no Twitter não sabiam é que Dilma venceria o candidato do PSDB, José Serra, mesmo sem os votos das regiões Norte e Nordeste. 

Os comentários preconceituosos partiram principalmente de eleitores do Sul e do Sudeste, que acreditavam que a vitória de Dilma só foi possível porque o Nordeste votou em peso na petista. De fato, ela venceu com folga na região: 18,4 milhões de votos, contra 7,7 milhões de Serra.

Em um Estado nordestino e em dois da região Norte, Dilma ganhou em todas as cidades. No Piauí, Serra só levou em dois municípios; no Ceará, em apenas um.

Ao notar a importância dos nordestinos na eleição da petista, uma estudante de direito postou o seguinte comentário no Twitter ainda no domingo: 
"nordestino não é gente, façam um favor a SP, mate um nordestino afogado!”. 

A responsável pelo twitter cancelou seu perfil. Mesmo assim, em pouco tempo um grande volume de internautas repassou a mensagem e começou a manifestar opiniões parecidas.


 


A reação, no entanto, não demorou a chegar.

Ainda no domingo foi criada a tag "#orgulhodesernordestino", responsável por tornar o assunto o mais comentado do microblog. Logo em seguida, um site foi criado para reunir as mensagens preconceituosas, o Diga Não à Xenofobia.

O que os preconceituosos não sabiam é que, segundo dados TSE (Tribunal Superior Eleitoral), se os votos das regiões Norte e Nordeste fossem cancelados, Dilma seria eleita com uma diferença de 275 mil votos. Somando-se o Sul, Sudeste e Centro-Oeste, ela foi escolhida por 33,2 milhões de pessoas, enquanto o tucano recebeu os votos de 32,9 milhões de eleitores.
Dilma não teria vencido se não fossem os votos de dois Estados justamente do Sudeste, Minas Gerais e Rio de Janeiro – segundo e terceiro maiores colégios eleitorais do Brasil.

A decepção dos tucanos foi maior em Minas, do ex-governador e senador eleito Aécio Neves (PSDB), onde a petista venceu com uma diferença de 1,7 milhão de votos, a mesma vantagem conseguida no Rio de Janeiro, diminuindo o impacto da vitória de Serra em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país.

Ao recolocar o Norte e Nordeste no mapa do Brasil, Dilma teve mais de 55 milhões de votos contra 43 milhões de Serra.



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Atualizado dia 03 de novembro 2010, via blog Leituras Favre:

Escritório de advocacia demite estagiária acusada de racismo no Twitter

JAMES CIMINO – FOLHA.COM

DE SÃO PAULO
O escritório Peixoto e Cury Advogados, de São Paulo, demitiu a estagiária e estudante de Direito, Mayara Petruso.
Ela é apontada como autora de um comentário racista no Twitter, feito logo após as eleições, responsabilizando os nordestinos pela vitória de Dilma Rousseff (PT).

“Nordestino não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado!”, teria escrito a estudante no microblog.

A declaração provocou reações dos internautas, que se posicionaram contra e, alguns, a favor. Mais tarde, ela cancelou seu perfil no Twitter, Facebook e Orkut.

“Com muito pesar e indignação, [o Peixoto e Cury Advogados] lamenta a infeliz opinião pessoal emitida, em rede social, pela mesma, da qual apenas tomou conhecimento pela mídia e que veemente é contrário, deixando, assim, ao crivo das autoridades competentes as providências cabíveis”, afirma o escritório na nota que confirma a demissão da estagiária.

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Pernambuco afirmou que irá pedir amanhã ao Ministério Público Federal, em São Paulo, a abertura de uma ação penal contra a estudante.

A estudante ainda não foi encontrada pela reportagem.


Fontes do Post:



segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Lula e FHC - Quando um operário supera um "letrado"

Fecha-se o ciclo em que o vencedor foi Lula

Enviado por luisnassif,
seg, 01/11/2010 - 13:40

É das mais instigantes a entrevista de André Singer ao Valor, sobre o novo momento político. Ele identifica uma mudança estrutural, com o realinhamento das bases sociais, a classe média indo maciçamente para o PSDB e as bases populares para o PT, movimento que deverá perdurar por décadas, segundo Singer.

Não sei até que ponto a classe média um dia chegou a ser PT. Talvez Singer tenha se influenciado pelo ambiente em que freqüenta, de classe média mais intelectualizada. Havia, de fato, em São Paulo uma classe média e classe alta intelectualizada com pendores de esquerda. Mas nunca chegou a ser numericamente expressiva.

Mesmo assim, esses setores migraram para um anti-petismo radical. No mapa das eleições, via-se Serra com 70% dos votos de bairros tão díspares como Vila Maria e Higienópolis.

Não se pode dizer que a classe média tenha sido beneficiada por sucessivos governos, desde FHC. Foi penalizada com tributação excessiva, deterioração dos serviços públicos, estagnação do mercado de trabalho até alguns anos atrás.

Mas a explicação mais satisfatória para essa radicalização [feita pela classe média] é a resistência à ascensão das novas classes sociais, como bem pontua Singer e como bem colocou Lula em sua coletiva de ontem.

É como se todos os preconceitos e intolerâncias saíssem do armário no qual foram guardados das diretas para cá. Perdeu-se o pudor em relação ao preconceito contra nordestinos, negros e pobres e às minorias em geral, esse "povinho que está invadindo as lojas, com as transferências sociais, as universidades, com o Prouni e as cotas.

Esse sentimento foi alimentado nos últimos anos por comentaristas de televisão, pela velha mídia, como que querendo parar o rumo das águas com uma peneira. E se constituiu na última boia para políticos que perderam a batalha da sua geração, especialmente Fernando Henrique Cardoso e José Serra.


Diferença de modelo

O ciclo que se encerra agora começou com a resistência democrática dos anos 70, acentuou-se nos anos 80 com as diretas e com o movimento de reerguimento da sociedade civil.

Singer lembra outro dado para mostrar a relevância dos anos 80: o intenso movimento social, a eclosão de greves e outros sinais de vitalidade da sociedade civil, que permitiram a aprovação de uma constituição moderna e inclusiva.

No rastro dessa movimentação, nascem o PSDB e o PT com projetos até certo ponto semelhantes, com bandeiras sociais, propostas modernizantes, um de centro-esquerda, outro de esquerda.

Com o governo FHC as diferenças começam a aparecer. Internamente, no PSDB, assumem o comando os mercadistas, em detrimento do grupo mais desenvovimentista.

FHC demonstra total incapacidade ou sensibilidade para entender processos de construção nacional. Mas não apenas ele. Mesmo entre desenvolvimentistas havia ampla insensibilidade em relação aos processos de construção social, a criação de redes sociais e econômicas entre setores da sociedade, pequenas empresas, cadeias produtivas, movimentos sociais.


É aí que se dá a diferença fundamental de modelo.

No século 19, os Estados Unidos lograram criar uma sociedade de consumo de massas – no mesmo processo ensaiado agora no Brasil. Mas, ao aumento da massa consumidora correspondeu também uma febre de criação de organizações sociais, de voluntariado, de participação ativa dos cidadãos na vida dos seus municípios e das suas comunidades, independentemente da disputa partidária.

O PSDB ignorou solenemente esse fenômeno. Em meu livro "Os Cabeças de Planilha" publico longa entrevista com FHC, apontando esses diversos fatores que estavam no cerne das mudanças que o país experimentaria nos anos seguintes, como as políticas sociais, o papel das micro empresas.

Suas respostas às questões foram desoladoras. O único modelo de país que entendia era o de grandes empresas, sob orientação de novos empreendedores (os banqueiros de investimentos) modernizando a economia e trazendo atrás de si, automaticamente, os novos agentes econômicos, a nova organização social.

Era um míope escondendo a falta de visão atrás de citações supostamente eruditas.

Lula compreendeu perfeitamente os novos tempos. Entendeu que não se construiria um grande país sem povo. Enquanto Palocci, Dirceu e Meirelles tratavam de acalmar mercado e grandes empresas, Rossetto, Patrus e as secretarias sociais colocam em marcha políticas sociais que mudariam a face do país.

E aí se entra em um campo dos mais relevantes: a tecnologia social, a compreensão sobre o universo de dificuldades da agricultura familiar, dos miseráveis.

É nesse momento que ficaram claras as diferenças entre o projeto do PSDB e do PT. Nem que desfraldasse bandeiras de promoção social o PSDB conseguiria implementá-las pela falta de base social.

Nesses anos todos, esse know-how era apenas dos movimentos de base da Igreja Católica, do MST e outras organizações que trabalhavam o mundo rural, da ampla gama de movimentos sociais que se abrigaram debaixo do guarda-chuva do PT.

Essa tecnologia social é um dos ativos mais preciosos do país e de qualquer sociedade em desenvolvimento. É ela que permite modelos que avançam além do mero assistencialismo. De nada adiantariam os financiamentos para o programa do biodiesel, os apoios fiscais e creditícios, se na ponta não houvesse especialistas para organizar os pequenos agricultores.

De nada adiantariam as verbas orçamentárias se o Bolsa Família não trouxesse modelos de coordenação e implementação. Aliás, com uma falta de dogmatismo tal que incorporou um elemento caro aos liberais: o direito do pobre escolher no que gastar o dinheiro.


Os derrotados

Os anos 80 e 90 foram riquíssimos para o aparecimento de novos conceitos, novas ideias. As sementes plantadas no período foram se transformando em plantas, crescendo, criando possibilidades para os novos transformadores trabalharem em cima de possibilidades nunca antes imaginadas.

FHC foi incapaz de entender o momento, Lula entendeu. Essa a diferença.

Muito se fala sobre o papel do estadista, o que leva pessoas a identificar os caminhos acertados e criar as condições políticas adequadas.

Nos últimos três anos tivemos possibilidade de acompanhar ao vivo e em cores esse processo. Não se pende que o Lula que assumiu o governo em 2002 tivesse o mesmo grau de conhecimento do Lula que deixa o governo consagrado.

O estadista é fundamentalmente um intuitivo. Trabalha em cima das circunstâncias. Mas não basta saber se equilibrar. Tem que possuir a intuição sobre os processos básicos, os princípios que constroem civilizações.
Provavelmente Lula não tinha idéia dos desdobramentos econômicos dos seus programas sociais. O que o movia era a solidariedade com seu povo, algo inimaginável para o internacionalismo frio e distante de FHC.

Tinha claro, sim, a maneira como o potencial das pessoas é desperdiçado quando não lhes são oferecidas condições básicas para evoluir. Ele é o exemplo máximo. Seu complexo permanente com a falta de oportunidades de se instruir formalmente se transformou no principal aríete de sua conduta. A cada dia precisava provar a si e a terceiros que conseguiria recuperar o tempo perdido quando teve que trocar a possibilidade de aprimoramento no estudo pela luta incessante pela sobrevivência.

Foi essa confiança no homem, no seu potencial, foi por se ver em cada miserável do país, que Lula avançou nas políticas sociais. E à medida que avançava ia se dando conta de que o verdadeiro desenvolvimento só seria possível com a inclusão e a promoção social.
FHC e Lula começaram juntos a caminhada, cada qual ao seu estilo Chega-se agora ao final do ciclo com Lula se consagrando como um dos grandes estadistas da história. E FHC explorando o lado obscuro das transformações: os conflitos, os preconceitos inerentes a essas grandes mudanças
Agora, o grande desafio não é a mais quem conquistará o poder. Nesse ciclo, a vitória é do modelo Lula. O desafio será quem conduzirá a oposição.

De um lado, tem-se um jovem senador que conseguiu definir um modelo de gestão para seu Estado, propor a discussão em torno de pontos programáticos e de formas de governar o país. Do outro, o eixo FHC-Serra promovendo o preconceito, o discurso negativo, o racha [e que ainda continuam com a mídia nativa, o PIG, sob seus controles e fazendo o jogo sujo para eles...].

Não serão nem FHC nem Serra os protagonistas dos novos tempos. Será a nova geração, de Aécio Neves, Eduardo Campos, Cabral.

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