quarta-feira, 12 de maio de 2010

Oportunidades que Paulo Renato desperdiçou

Oportunidades que Paulo Renato desperdiçou


No meu livro “Os Cabeças de Planilha” abordo essa questão da perda de oportunidades no governo FHC. Certamente o MEC de Paulo Renato foi um dos principais centros de desperdício de boas idéias.

Duas informações relevantes, colhidas antes de começar o Brasilianas.org de hoje, confirmam essa percepção.

Hoje em dia, uma das vitrines do governo Lula é o Reuni (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais).

Atualmente presidente da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior), Jorge Almeida Guimarães relembra que o Reuni se baseou em uma proposta da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), apresentada em 2001 para o Ministro da Educação Paulo Renato de Souza.

Lembrou-se que minha coluna foi a única a sair em defesa intransigente da proposta, tentando sensibilizar o MEC a no mínimo estudá-la com carinho.

A proposta mudava o conceito de estímulo às universidades federais. Criava, como critério de avaliação, a integração com a economia local, o montagem de planejamento estratégico e um conjunto de indicadores novos.

Um dos meus orgulhos jornalísticos foi o email que, na época, recebi de Glacy Zancan – a saudosa presidente da SBPC -, informando que a proposta tinha se baseado em um conjunto de colunas que publiquei algum tempo antes.

Foi das primeiras tentativas que de construção do conhecimento. Pela Folha, desafiei os estudiosos a me enviarem estudos e sugestões para uma reforma da Universidade. Consolidei em uma série de colunas, nas quais se baseou a SBPC para montar a sua proposta.

Bateu em Paulo Renato e voltou. Não houve o menor interesse dele em sequer analisar a proposta. O projeto renasceu com a entrada de Fernando Haddad no MEC. Hoje, se tornou em uma das vitrines do governo federal e ajudou a projetar o nome de Haddad, entre os especialistas, como um dos maiores ministros da Educação da história.

O segundo episódio é o do Instituto Internacional de Neurociências de Natal, de Miguel Nicolelis.

A primeira tentativa de Nicolelis foi em 2001, também com Paulo Renato. Apresentou a proposta, audaciosa, futurista, e foi tratado com total indiferença. Não conseguiu nada.

A proposta foi encampada por Haddad. Hoje, tornou-se referência internacional e seu criador, Nicolelis, candidato ao Prêmio Nobel.



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