quinta-feira, 1 de julho de 2010

O mito do "Estrategista político"... aquele que foi, sem nunca ter sido, estrategista econômico...

SOBRE A ESCOLHA DO VICE
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O fracasso da estratégia política de José Serra

Deve ter origem no próprio Serra a lenda que começa a ganhar corpo entre alguns articulistas, sobre a suposta aversão do candidato tucano para com o DEM.

No Valor ou na Folha, jornalistas experientes* propagam o conto e daqui a pouco vão dizer que a escolha de Álvaro Dias e a maneira como o DEM foi posto perante o fato consumado, fazia parte de uma decisão friamente calculada por Serra.

O tucano estaria realizando uma ruptura com a “direita”, aproveitando o declínio acentuado do DEM após o “mensalão” do DF. Pesquisas “qualis” devem ter registrado, sem dúvida, que os aliados DEM e PPS nada aportam, fora o espaço na TV. Talvez até tenham registrado o “peso” de certas presenças na campanha do candidato e das quais faria melhor ficar afastado.

Mas, a bem da verdade, foi a estratégia escolhida por Serra pessoalmente que naufragou com estrondo, porque ao contrário da lenda, o tucano fez do DEM a pedra angular de toda sua estratégia política desde 2004 pelo menos, até muito recentemente.

Foi em parceria com Kassab, que Serra construiu a maioria interna necessária para derrotar Alckmin e isolar Aécio. Foi com seu respaldo e apoio que o DEM conquistou a prefeitura da maior cidade do país.

A conquista do governo estadual serviu para expulsar ou marginalizar os partidários de Alckmin, e Serra almejou a ideia de fazer de Aloysio Nunes seu sucessor, com o apoio do PMDB de Quercia e do próprio Kassab.

O DEM forneceria o seu vice, cargo para o qual o mais cotado era precisamente José Roberto Arruda, o administrador moderno e probo do Distrito Federal.

O projeto político de Serra começou a ruir com os panetones estragados de Arruda. O escândalo combinou-se no tempo, com a “marolinha” surfada com maestria pelo presidente Lula – contra o prognóstico de Serra – e com a resistência interna de Aécio e Alckmin, dos quais acabou dependendo para manter sua própria empreitada de candidato à presidente.

Aécio foi içado a condição do vice “salvador” e Alckmin, a candidato incontornável para obter um bom desempenho nas urnas, no seu próprio Estado. O mineiro fechou a porta na nariz do pretendente e as pesquisas fizeram o resto.

Serra ficou assim reduzido a escolher o que for, a condição de aportar alguma coisa, por mais pequena que fosse. Optou por um vice que desbaratasse, no seu pequeno calculo, o palanque petista, e isso podia ser feito aparentemente no Paraná. E assim agiu.

Pensou que a questão não traria maior problema, subestimando porem a capacidade de Roberto Jefferson a estragar uma escolha sem grandes atrativos e ignorando o crescente malestar dos Democratas, os tratou com a costumeira arrogância e autoritarismo que o caracteriza.

O resultado esta visível aos olhos de todo o país.

E suprema ironia do destino, tive que pedir para FHC, o exilado da campanha, para tentar consertar o estrago do seu próprio fracasso.

LF

* ver artigo de Raymundo Costa, no Valor e
de Valdo Cruz, na Folha.com
(Se trata de dois jornalistas pelos
quais tenho o maior respeito)
 
 [fico imaginando se ele for eleito... e ele tem grandes chances disto, tem a seu favor a grande mídia, apelidada de PIG, os banqueiros, os ruralistas e a Elite do Empresariado, todos sediados em SP]
 
 
 
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