sexta-feira, 11 de junho de 2010

A crise EUA-IRÃ é mais econômica que nuclear... tem mais a ver com Petróleo que urânio

Os lucros ocidentais estão protegidos:
O Conselho de Segurança é um eficiente escritório de negócios 

Janio Freitas - Folha de SP
via Blog Leituras Favre

A RESOLUÇÃO aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, com novas sanções ao comércio internacional do Irã, teve o cuidado óbvio de não impor restrição alguma aos negócios com petróleo iraniano.



É sempre bom recordar como eles agem... parece até uma reprise de novela

Embora esteja entre os maiores exportadores mundiais, o Irã processa a maior parte do seu petróleo em refinarias estrangeiras, como sempre pertencentes a Estados Unidos, Inglaterra e França.

Os altos lucros ocidentais estão protegidos: o Conselho de Segurança é um eficiente escritório de negócios internacionais. E a maioria dos impasses e conflitos também não precisa de outra razão de ser, acrescida da frequente contribuição dos fundamentalismos religiosos e étnicos.

Aproveite e reveja uma pequena parte da História entre EUA-IRà

Ainda não há estimativa conhecida dos efeitos que a resolução poderá ter sobre as crescentes exportações brasileiras para o Irã. Os negócios em andamento da Petrobras, altos em valor e em perspectivas, devem entrar na cláusula do petróleo, mas sem certeza disso.

As multinacionais que se valem do petróleo iraniano têm força política bastante para questionar investimentos que, mesmo na área petrolífera, associam-se ao crescimento econômico do Irã.
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Para EUA, transação do setor energético pode violar resolução aprovada pelo Conselho da ONU 

Patrícia Campos Mello,
CORRESPONDENTE
WASHINGTON
O Estado de S.Paulo 
Via Blog Luis Nassif

O governo americano afirmou ontem que "não seria uma boa ideia" o Brasil vender etanol ao Irã. "Eu não sei detalhes específicos sobre a iniciativa, mas (vender etanol ao Irã) seria muito arriscado, uma vez que a sanção aprovada pelo Conselho de Segurança reconhece que há uma ligação potencial entre o setor de energia do Irã e atividades de proliferação", disse um alto funcionário da Casa Branca.

Questionado se os EUA iriam desencorajar empresas brasileiras de venderem etanol aos iranianos, o funcionário afirmou: "Qualquer iniciativa que burle as sanções prejudica nosso objetivo, então não é uma boa ideia." A possibilidade de o Brasil suprir parte das necessidades de combustível do Irã com etanol brasileiro foi levantada pelo ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, em visita a Teerã em abril. Ele afirmou que o Irã está interessado em comprar etanol brasileiro por causa dos problemas que enfrenta para comprar gasolina diante dos bloqueios comerciais que sofre.

Funcionários da Casa Branca convocaram uma entrevista com alguns jornalistas para discutir a posição dos EUA em relação às sanções aprovadas ontem e ao acordo de troca de combustível mediado pelo Brasil e pela Turquia. Um deles reduziu a importância das divergências de Washington e Brasília, apesar do voto do Brasil contra as sanções. "Nós temos divergências táticas, mas os mesmos objetivos, nem a Turquia nem o Brasil querem ver armas nucleares no Irã", disse o funcionário.


Enquanto isso...

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FHC sofre do “surto de ego colonizado”

por Altamiro Borges
Via Blog Vi o Mundo

Em artigo publicado no jornal Zero Hora deste domingo (6), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso confirmou que padece da grave doença do “ego colonizado”. Recalcado, ele voltou à carga contra a política externa do atual governo e – para desgraça do candidato tucano José Serra – insistiu em fazer comparações entre as duas administrações. Atirando em Lula, FHC afirmou que a sua “demagogia presidencial não passa de surto de ego deslumbrado”. A cara está doente!

O motivo de mais esta recaída é a recente negociação entre Brasil-Turquia-Irã. O invejoso critica a “celeuma causada pela tentativa de acordo entre Irã e a comunidade internacional empreendida pelo governo brasileiro”. Ele não entende “porquê de tanto barulho”. Citando algumas vitórias da diplomacia no passado, que o seu triste reinado procurou enterrar junto com a “era Vargas”, FHC tenta se apresentar como um intransigente defensor dos “interesses nacionais e da “paz mundial”.

Aproveite e assista sobre os sete anos das relações internacionais no Governo LULA e tire suas próprias conclusões



“Alinhamento automático” com os EUA

O ex-presidente só não explica porque o Itamaraty, durante a sua gestão, acelerou as negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), tratado que tornaria o país uma colônia ianque. Nem porque os embaixadores críticos da sua política de “alinhamento automático com os EUA”, como o atual ministro Samuel Pinheiro Guimarães, foram afastados de seus cargos no Itamaraty. Ou porque seu ministro de Relações Exteriores, Celso Lafer, tirava os sapatinhos nos aeroportos estadunidenses. Ou porque aceitou entregar a base de Alcântara (MA) para o “império do mal”.

Para dar uma descontraída... criada de fatos reais da "Era FHC"



Como mostra o historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira, no premiado e indispensável livro “As relações perigosas: Brasil-Estados Unidos”, o triste reinado de FHC foi um dos piores da história da diplomacia nacional. O autor relata casos grotescos de subserviência, como o da assinatura do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), que colocava o Brasil como apêndice dos EUA em casos de guerra; o da demissão do embaixador José Maurício Bustani da OPAQ; e até o caso dos “sapatos de Celso Lafer”, como detalhes humilhantes para o Itamaraty.

Repetição da retórica imperial

FHC não tolera o enorme prestigio da política externa do governo Lula. Mas como a mentalidade colonizada é pegajosa, ele repete sempre a mesma retórica imperial dos EUA. Até o blogueiro Josias de Souza, da FSP (Folha Serra Presidente), constatou que FHC reproduziu os argumentos centrais de Hillary Clinton para atacar o acordo Brasil-Turquia-Irã. Para o ex-presidente capacho dos EUA, o acordo não teria qualquer credibilidade. “É isso que o governo americano alega para recusar a intermediação obtida”, afirma servilmente. Ele ainda vai cortar o pulso de inveja!

O ódio da oposição neoliberal-conservadora a atual política externa contamina da cria ao criador. Não é para menos que o candidato José Serra atira no Mercosul e na Bolívia. Ele quer ficar bem na foto com a direita ianque e nativa. Numa entrevista pouco antes do acordo Brasil-Irã, o tucano afirmou que nunca se reuniria com o presidente iraniano. Deve ter mordido a língua na sequência como a repercussão do acordo.

Os tucanos realmente padecem do “surto do ego colonizado”.



Fontes do Post:
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