terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

RAFALE - A melhor opção para o Brasil

 BBC-Brasil

Analistas comparam aspectos técnicos de caças na lista do Brasil

Três tipos de caça disputam a preferência do governo brasileiro para estar entre as aeronaves de combate da Força Aérea. O objetivo desse processo de renovação é a compra imediata de 36 jatos. Nos próximos anos, o país deve aumentar as compras para chegar até 120 unidades.

Os modelos que continuam no páreo são:
  • Rafale, produzido pela francesa Dassault;
  • Gripen NG, cuja fabricante é a Sueca Saab;
  • FA-18 Super Hornet, da americana Boeing.                                                                 
PS. Tanto a Gripen quanto a FA-18  possuem tecnologia Americana em seus principais componentes. Há uma grande possibilidade de embargo por parte dos EUA para com o Brasil.
(ver vídeo no final deste post)

A BBC Brasil ouviu analistas para entender melhor as vantagens e desvantagens dos três modelos. O reitor do Royal Air Force College (Faculdade da Força Aérea britânica), Joel Hayward, e o analista de aviação da consultoria Jane's, Craig Caffrey, acreditam que as três aeronaves têm capacidades similares. Mas Hayward vê no Rafale a melhor aeronave para defender os céus brasileiros, enquanto Caffrey crê que o Gripen pode oferecer a melhor oportunidade de desenvolvimento da indústria aeroespacial do país.


Performance e poderio bélico

"Os três caças portam bombas de precisão guiada
e avançados mísseis para atingir alvos no ar" 
Craig Caffrey, analista de aviação da consultoria Jane's

Segundo os especialistas ouvidos, os três modelos são bastante parecidos. "Nenhum dos três caças tem alguma grande vantagem de desempenho em relação aos demais", diz Caffrey. O Rafale e o FA-18 voam a uma velocidade máxima de 2 mil quilômetros por hora, enquanto o Gripen chega a 1500. Todos os três superam os 3 mil quilômetros de autonomia.

No quesito capacidade de carga bélica (mísseis e bombas que podem carregar), todos são semelhantes também. "Os três caças portam bombas de precisão guiada e avançados mísseis para atingir alvos no ar", explica Caffrey.

Para o reitor do Royal Air Force College, o que realmente deve pesar nessa questão de performance é a função que o caça irá desempenhar. "Se o objetivo primordial do governo brasileiro é patrulhar a faixa de mar do pré-sal e a Amazônia, ou seja, lidar com alvos no solo, qualquer uma das três aeronaves é perfeitamente capaz. Mas se o país quer estar preparado para se defender de ataques aéreos de outras nações sul-americanas, o modelo francês é certamente o mais adequado", diz Hayward.
O reitor explica que o Rafale tem maior agilidade nas manobras e seus avionics (conjunto de instrumentos de pilotagem e combate) são os mais avançados. 


Transferência de tecnologia

O Brasil colocou a transferência de tecnologia como critério essencial nessa negociação. Hayward explica a importância desse aspecto:

"É como quando você compra um computador. Se você não domina os códigos-fonte do processador, será sempre dependente dos avanços que o fabricante conseguir, o que certamente terá um custo alto. Mas se você tem os códigos, pode desenvolver o equipamento por sua própria conta".

Todos os três fabricantes prometem transferir integralmente a tecnologia. Mas na prática pode não ser bem assim. "É muito comum que na hora de vender o produto, as empresas prometam transferir completamente a tecnologia de seus caças. No entanto, depois do contrato assinado, muitas vezes as coisas não transcorrem tão bem", comenta Hayward. Por isso ele crê que a boa relação diplomática entre Brasil e França deve pesar, já que ela pode garantir o cumprimento do contrato. As chances da Gripen e a FA-18  de não transferirem tecnologias são maiores que a Francesa pois, ambos aviões possuem tecnologia Americana em seus principais componentes. (ver vídeo no final deste post)

Os especialistas avisam que também é preciso considerar o grau de desenvolvimento atual de cada aeronave, pois isso indica o quanto o modelo ainda poderá ser explorado pelo Brasil.


Preço
"Supondo uma transferência total de tecnologia e preços semelhates para os três, eu ficaria com o Rafale da França por ser o melhor caça."
Joel Hayward, reitor do Royal Air Force College

Um último fator que também pode ser decisivo é o custo das aeronaves. O pacote completo do Gripen deve sair por R$ 5 bilhões, enquanto o do FA-18 custaria R$ 8 bilhões e o do Rafale por R$ 10 bilhões. Além disso, o custo operacional de cada aeronave também varia. Cada hora de vôo do modelo sueco custa US$ 4 mil, incluindo combustível e manutenção, enquanto para os demais esse valor chegaria a US$ 14 mil.

"Supondo uma transferência total de tecnologia e preços semelhantes para os três, eu ficaria com o Rafale da França por ser o melhor caça. Mas se houver realmente uma diferença brutal de preço, aí eu poderia mudar de idéia, pois com os mesmos recursos o Brasil compraria muito mais aeronaves", completa Hayward.

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Conversa Afiada - PHA
A oferta de transferência de
tecnologia do RAFALE
FAB e a Eliane vão chorar lágrimas de sangue

* A Oferta de Transferência de Tecnologia RAFALE tem propostas para 65 projetos em cooperação com 38 entidades/empresas brasileiras potenciais, cobrindo muito mais que a exigência de 100% do valor de contrato de aeronaves.

* 39 Memorandos de Entendimento (MOU) ou Cartas de Intenção foram assinados com parceiros brasileiros, atestando seu interesse nos projetos propostos.

* Vários projetos de transferência de tecnologia abordam atividades de duplo uso, estimulando assim subprodutos na indústria brasileira.


A implantação do Programa de Cooperação RAFALE irá gerar cerca de 29 mil empregos (novos ou manutenção de existentes) ao longo de um período de dez anos, com inúmeros benefícios econômicos adicionais resultantes de novas atividades:
* As atividades de fabricação gerarão 3,5 mil empregos diretos e 11,5 mil indiretos.
* O alto volume de transferência de tecnologia, através da criação de inúmeros subprodutos, gerará cerca de 4,5 mil empregos diretos e 9,5 mil indiretos.

ALÉM DA PARCERIA ESTRATÉGICA BRASIL-FRANÇA
Ao apresentar a proposta para a aquisição pelo Governo Brasileiro da próxima geração de aeronaves de combate (conhecido como Programa F-X2), a RAFALE International tem o firme propósito de estabelecer uma parceria de longo prazo com a Força Aérea Brasileira e indústrias brasileiras.
A RAFALE International é formada por três grandes empresas Francesas, a Dassault Aviation, Snecma (Grupo Safran) e Thales, líderes internacionais entre empresas aeroespaciais; projetistas e fabricantes das aeronaves de combate RAFALE, herdeiras dos famosos MIRAGEs. A empresa tem apoio do governo e forças armadas franceses.
A RAFALE International tem o compromisso de apoiar o desenvolvimento das capacidades tecnológicas brasileiras, viabilizando o projeto e produção da próxima geração de caças do país. Brasil & França já possuem um longo relacionamento na área de aeronaves de combate, desde a aquisição do MIRAGE III na década de 70, até o MIRAGE 2000, hoje em operação na Força Aérea.

OFERTA ILIMITADA DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA AO BRASIL
A equipe RAFALE está preparada para transferir tecnologias altamente sensíveis que o Brasil não conseguiria obter de outra fonte. A aprovação para transferência irrestrita de tecnologia já foi oficialmente notificada ao COMAER por autoridades francesas.

TECNOLOGIAS ESSENCIAIS OFERECIDAS AO BRASIL
  •  Integração aeromecânica de armas e casulos;
  •  Engenharia da estrutura do avião;
  •  Módulos de RF críticos para utilização em radares AESA;
  •  Tecnologias de sistemas digitais de controle de voo (DFCS) / DFCS avançados;
  •  Integração de motor;
  •  Gestão de testes de solo & voo;
  •  Manutenção e suporte integrados (bancada de testes, treinador de pilotos, planejamento de missão);
  •  Micro sistemas eletro-mecânicos (MEMS);
  •  Otimização multidisciplinar;
  •  Nanotecnologias;
  •  Inserção de operações de rede centralizada, interoperabilidade;
  •  Desenvolvimento/melhoria de sistema de missão de bordo;
  •  Optrônica;
  •  Aplicativos de pirotecnia espacial;
  •  Software de radar e de sistema de planejamento de missão;
  •  Desenvolvimento de software de simulação;
  •  Tecnologias de baixa detectabilidade;
  •  Tecnologias de projeto de redes de sistemas de veículos aéreos não tripulados.
NOVAS TECNOLOGIAS E PERSPECTIVAS DE MERCADO
Graças ao equilíbrio do mix de transferência de tecnologias de fabricação aeronáutica para materiais e processos avançados e às oportunidades de participação em programas aeronáuticos nas áreas civil e militar, os pacotes de fabricação propostos contribuirão de modo eficiente para a melhoria da capacidade, produtividade e autonomia da indústria aeronáutica brasileira.
As tecnologias de fabricação propostas para transferência cobrem as seguintes áreas:
  •  Processos compostos: moldagem por transferência de resina, colocação de fibras;
  •  Elaboração de superligas de grau aeroespacial (Inconel 718);
  •  Fundição de peças de alta precisão;
  •  Outros processos metalúrgicos: usinagem de 5 eixos com controle numérico, usinagem de alta velocidade, estiramento, técnicas de soldagem & modelagem, corte e perfuração a laser, revestimento com plasma;
  •  Processos de montagem: montagem sem gabarito & robótica, soldagem com feixe de elétrons, soldagem TIG robótica;
  •  Processos de inspeção: testagem automática não destrutiva;
  •  Simulações de processos de fabricação;
  •  Fabricação de módulos de RF para antena de radar (AESA).
As tecnologias propostas para transferência ao Brasil estão associadas a pacotes de trabalho relacionados ao mercado mundial para o RAFALE e outros programas aeronáuticos, como os jatos comerciais FALCON, motores comerciais e militares.
 

UM PROGRAMA DE COOPERAÇÃO QUE BENEFICIA MUITOS
A EMBRAER é a principal empresa do Programa de Cooperação RAFALE, juntamente com o COMAER/CTA. Além disso, várias pequenas e médias empresas brasileiras estão envolvidas em projetos de transferência de tecnologia de ponta e/ou processos de fabricação, associados a treinamento e co-produção, configurando assim uma parceria de longo prazo, além do Programa F-X2. A FIESP, AIAB, ABIMDE e CECOMPI deram respostas positivas as propostas de cooperação.

FOCO NO COMAER/CTA
Com o propósito de garantir a aquisição pelo Brasil das tecnologias essenciais para o domínio de futuros desenvolvimentos de aeronaves de caça, o COMAER/CTA será – além da indústria brasileira – o receptor de todas as referidas tecnologias.
Com o propósito de reforçar o papel dedicado ao CTA e outras instituições do COMAER juntamente com a FAB, as seguintes tecnologias estarão sujeitas a acordos de cooperação específicos:
  •  Engenharia de estrutura do avião;
  •  Integração de oficina aeromecânica;
  •  Desenvolvimento/melhoria do sistema de missão;
  •  Tecnologia de baixa detectabilidade e sobrevivência;
  •  Integração de motor;
  •  Optrônica;
  •  Ambiente de pilotagem: planejamento de missões e treinador de pilotos.
Aproveitando a experiência adquirida pela equipe RAFALE em outras áreas aeroespaciais e aeronáuticas, o CTA também tem a proposta de projetos de cooperação específicos em tecnologias sensíveis e promissoras como:
  •  Programa do veiculo lançador de satélites VLS-1 (Pirotecnia Espacial);
  •  Tecnologias de veículos aéreos não tripulados Battlelab;
  •  Sistemas Micro Eletro-Mecânicos (MEMS);
  •  Nanotecnologias;
  •  Cooperação para o desenvolvimento de um motor turbojet para um veículo aéreo não tripulado.
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FOCO NA EMBRAER
De acordo com sua posição de fabricante aeronáutica e integradora de sistemas, a EMBRAER terá total expertise e autonomia para liderar e realizar – em cooperação com a indústria aeronáutica brasileira – adaptações e aperfeiçoamentos futuros na aeronave RAFALE e seus sistemas. Isso levará a EMBRAER a adquirir capacidades e conhecimento—aprimorando o que já havia ganhado no programa AMX – para realizar, de modo autônomo no futuro, o projeto da próxima geração de caças brasileiros.
A EMBRAER tem a proposta de, também, desempenhar um papel chave na transferência da fabricação do RAFALE para o Brasil, a partir de peças estruturais essenciais da aeronave (ex. asa) até chegar a uma linha de montagem local para o RAFALE, iniciando o primeiro lote de aeronaves F-X2.
A parceria estratégica firmada entre a equipe RAFALE e a EMBRAER se estenderá a outros programas aeronáuticos, incluindo, por exemplo, a transferência de tecnologia no campo do domínio chave e altamente sensível dos Sistemas Digitais de Controle Voo (DFCS). É importante destacar que as tecnologias DFCS são dominadas por pouquíssimas empresas no mundo e desejadas por muitas.


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FOCO EM PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

As principais tecnologias aeronáuticas também serão transferidas para outras empresas brasileiras, permitindo, em cooperação com a EMBRAER, o desenvolvimento local de funcionalidades operacionais para maiores adaptações e aperfeiçoamento da aeronave RAFALE ao longo de sua vida. Entre as empresas candidatas estão a AEROELETRÔNICA, ATECH, MECTRON e OMNISYS.

A indústria aeronáutica brasileira ganhará capacidades para fornecer suporte local à FAB em assistência técnica, inclusive na manutenção de elementos essenciais de sistemas e equipamentos da aeronave RAFALE: motor, aviônica, sensores, estrutura do avião. As empresas candidatas incluem


AEROELETRÔNICA, FOCAL, MECTRON e OMNISYS.

Haverá aprimoramento da capacidade de fabricação aeronáutica do Brasil. Graças à transferência de tecnologia envolvendo processos tecnológicos de ponta, a indústria aeronáutica brasileira aumentará sua capacidade e competitividade para participar de grandes programas aeronáuticos do mercado mundial. Entre as empresas beneficiadas encontram-se a AÇOTÉCNICA, LATECOERE DO BRASIL, Grupo Empresarial HTA (ALLTEC, CAL COMPOENDE, ASTRA, GRAÚNA, STATUS USINAGEM) FRIULI, MULTIALLOY, OMNISYS, SOBRAER, VILLARES METAL.

Dentro e além do Programa F-X2, as novas tecnologias adquiridas proporcionarão a suas beneficiárias a chance de entrar em novos mercados e negócios, assim aumentando ou mantendo sua receita em larga escala.


FOCO NA COOPERAÇÃO COM UNIVERSIDADES

A equipe RAFALE atualmente coopera com mais de 100 universidades e centros de P&D no mundo todo. Ela fortalecerá seus elos com as universidades brasileiras e particularmente:

  •  A cooperação com o ITA em áreas como nanotecnologia e MEMS com a participação de alunos de pós-doutorado;
  •  A cooperação com o ITA para o desenvolvimento de motores turbojet para veículos aéreos não tripulados;
  •  A pesquisa cooperativa com a Universidade Federal do Rio de Janeiro focando principalmente otimização não linear.


INDÚSTRIAS BRASILEIRAS PARTICIPANTES DO PROGRAMA DE COOPERAÇÃO RAFALE

AÇOTÉCNICA; AERNNOVA; AEROELETRÔNICA; ALLTEC; AMBRA SOLUTIONS; ASTRA; ATECH; AUTOMATA; CAL-COMPOENDE; CECOMPI; CONDOR S/A; CTA; EMBRAER; FIRST WAVE; FOCAL; FRIULI; GIOVANNI; GLOBO; GME AEROSPACE; GOODRICH DO BRASIL; GRANA; INBRA INDÚSTRIA QUÍMICA; ITA; LANMAR; LATECOERE DO BRASIL; MECTRON; MULTIALLOY; OMNISYS; POLARIS; SERCO; SOBRAER; STATUS USINAGEM; THYSSENKRUPP; TOYO MATIC; VEM; VILLARES METAL; WINNSTAL.

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Conforme prometido, abaixo tem o vídeo  mostrando os embargos na transferência de Tecnologia que o Brasil já sofreu por parte dos EUA. (retirado do Vi o Mundo - Luiz Carlos Azenha)


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Fontes deste Post: 
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